terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cientistas descobrem origem da água na superfície lunar

Cientistas da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, descobriram a origem da água armazenada em cristais na superfície lunar. De acordo com um estudo publicado na edição desta semana da revista científica Nature Geoscience, os pequenos cristais d'água se formaram por um constante bombardeamento de vento solar na superfície do satélite.
Desde 2009, a existência da substância na superfície da Lua era conhecida, mas não se sabia como ela havia se originado. A pesquisa mostrou que o vento solar é responsável por carregar íons (átomos carregados eletricamente) de hidrogênio até a Lua e, uma vez ali, as moléculas ficam armazenadas em forma de água no interior de cristais. Para chegar a essa conclusão, a geóloga Yang Liu e sua equipe analisaram amostras da superfície lunar colhidas pelas missões Apollo, inclusive pelo astronauta Neil Armstrong (1930-2012), e acharam restos de água em alguns de seus componentes. "Quando as pessoas pensam em água, sempre imaginam em estado líquido, em rios, lagos ou oceanos. Mas algo que não costumamos reconhecer é que existe uma grande quantidade de água armazenada em minerais", explicou Liu.
O vento solar contém uma grande quantidade íons. Eles não chegam a tocar a Terra porque a atmosfera e o campo magnético do planeta servem como proteção. No caso da Lua, por outro lado, o vento solar impacta continuamente sua superfície.
"Nos últimos anos, fomos testemunhas de uma mudança de paradigma em nossa visão 'sem água' da Lua'", afirmou Liu. Segundo a investigadora, cada cristal analisado conteria entre 200 e 300 partes por milhão de água (um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio) e hidroxilo (um átomo de oxigênio e outro de hidrogênio).
O achado permitiu aos cientistas conhecerem uma nova fonte por meio da qual os planetas do interior do Sistema Solar (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e seus satélites poderiam obter água. Liu e seus colegas defendem que um mecanismo similar poderia acontecer em outros corpos sobre cujas superfícies o vento solar incide, como Mercúrio ou o asteroide Vesta. "O bombardeio do vento solar é um processo constante. Os corpos planetários têm ambientes bastante diferentes entre si, mas todos têm o potencial de produzir água", afirma Liu.
Veja.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário