Astrônomos descobriram que um planeta duas vezes maior do que a Terra é composto de diamante, orbitando uma estrela que é visível a olho nu.
O planeta rochoso, chamado "55 Cancri e", orbita uma estrela como o Sol a 40 anos-luz de distância na constelação de Câncer, movimentando-se tão rápido que um ano lá dura apenas 18 horas.
O planeta foi descoberto em 2004 por uma equipe de pesquisa franco-americana, que fez cálculos para estimar sua massa e seu raio. Os resultados revelados agora são de que o planeta tem raio duas vezes maior que o da Terra, mas é muito mais denso, com uma massa oito vezes maior. Também é incrivelmente quente, com temperaturas em sua superfície atingindo 1.648 graus Celsius.
"A superfície deste planeta é provavelmente coberta de grafite e diamante em vez de água e granito", disse o pesquisador Nikku Madhusudhan, de Yale, cujas conclusões deverão ser publicadas no "Letters Astrophysical Journal".
O estudo, feito com Olivier Mousis do Institut de Recherche en Astrophysique et Planetologie em Toulose, na França, estima que pelo menos um terço da massa do planeta, o equivalente a cerca de três massas terrestres, poderia ser de diamante.
Planetas-diamante já foram vistos antes, mas esta é a primeira vez que um foi localizado orbitando em torno de uma estrela parecida com o Sol e estudada em tantos detalhes.
"Este é o nosso primeiro vislumbre de um mundo rochoso, com uma química fundamentalmente diferente da Terra", disse Madhusudhan, acrescentando que a descoberta do planeta rico em carbono significa que não se pode mais acreditar que planetas rochosos mais distantes teriam componentes químicos, interiores, ambientes ou biologia semelhantes à Terra.
O astrônomo David Spergel, da Universidade de Princeton, disse que é relativamente fácil desenvolver a estrutura básica e histórica de uma estrela, uma vez que se descobre sua massa e idade.
"Os planetas são muito mais complexos. Esta 'super-Terra cheia de diamantes' é provavelmente apenas um exemplo dos ricos conjuntos de descobertas que nos esperam, à medida que começamos a explorar planetas em torno de estrelas próximas".
Folha.com
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