Uma sucessão de secas como a de 2010 seria capaz de transformar a porção sudeste da Amazônia em savana. A conclusão é de uma dupla de pesquisadores do Brasil e da Colômbia, que calculou pela primeira vez qual é a redução na quantidade de chuvas necessárias para desestabilizar a floresta.
Com tudo que envolve efeitos do aquecimento global sobre os ecossistemas, a conta não é simples e envolve várias interações.
O estudo da Universidade industrial de Santander (Colômbia) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), estima que reduções de precipitação de 35% no sudeste da Amazônia e de 40% no nordeste bastariam para ampliar a estação seca (o "verão" amazônico) para quatro meses, transformando a vegetação em savana.
Num cenário futuro de aquecimento da Terra, no qual as temperaturas médias amazônicas subissem 4°, tal redução de chuvas seria perfeitamente plausível.
No estudo publicado no periódico científico "Geophysical Research Letters", os pesquisadores usaram um modelo computacional de clima e vegetação e analisa a resposta da floresta a diferentes níveis de temperatura e precipitação. Mas, num mundo aquecido não são apenas temperatura e chuva que variam: um dado que estudos do tipo ainda não haviam computado, é o efeito do CO2 a mais sobre a floresta.
Na foto, leito do Rio Negro nas últimas semanas. A seca deste ano é uma das maiores da história!!!
Fonte: Folha.com
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