Desde que o marechal Deodoro da Fonseca derrubou a monarquia, há 121 anos,o Brasil foi comandado por vários tipos de governo - a começar pelo governo provisório que assumiu o poder no mesmo dia 15 de novembro de 1889, até chegar a plenitude democrática. Desde então, porém, jamais deixou de ser República, regime que se opõe à hereditariedade e ao direito divino.
A República surgiu de um golpe militar, sem uso de violência, comandado pelo marechal Deodoro, que no dia 15 de novembro de 1889 agrupou suas forças e tomou o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro, depondo o Imperador do Brasil, D.Pedro II, e o presidente do Conselho de Ministros do Império, visconde de Ouro Preto. "Havia a dúvida se era uma mudança de gabinete ou se realmente havia sido deposta a monarquia", afirmam os historiadores.
Afinal, o próprio marechal Deodoro era tido como fiel ao imperador D.Pedro II. Os políticos alinhados com o pensamento republicano tiveram participação secundária no movimento, incluindo os gaúchos (Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e Pinheiro Machado). "Esse pessoal quase soube da proclamação da República por telegrama. Não sabiam o que tinha acontecido", explicam.
Os republicanos defendiam que o novo regime aproximaria o Brasil das nações mais desenvolvidas e das instituições modernas. Grande parte dos países da América Latina já havia aderido ao sistema. No Chile, por exemplo, a república havia sido proclamada 70 anos antes. "Esses países, mesmo com muitas dificuldades, tiveram praticamente todo o século XIX e o XX como república. Boa parte deles conseguiu fazer processo de inclusão cidadã melhor que o Brasil", observam.
Segundo eles, essas nações caminharam rumo a um liberalismo mais democrático, diferente do caso brasileiro. Os analfabetos, por exemplo, só ganharam direito ao voto em 1988. O prolongamento da monarquia, no entanto, contribuiu para a manutenção do território nacional.
Quanto ao futuro da República, a expectativa é pelo aperfeiçoamento, já que se trata de um processo em construção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário