segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pesquisadores identificam fragmentos de continente antigo sob o Oceano Índico

Sob as águas do Oceano Índico, abaixo das ilhas Reunião e Maurício, residem vestígios de um continente antigo, há muito escondido, segundo pesquisa de uma equipe internacional liderada pelo norueguês Trond Torsvik publicada na edição desta semana da revista “Nature Geoscience”.
A equipe de pesquisadores analisou as areias das praias dessas ilhas, formadas a partir da erosão de rochas vulcânicas que eclodiram nove mil anos atrás. Junto com essa areia, os cientistas encontraram minerais de zircão e areias antigas, típicas de crostas continentais, com idades entre 660 e 1.970 milhões de anos, o que sugere a existência de fragmentos de um antigo microcontinente abaixo das ilhas. As peças devem ter sido trazidas para a superfície por atividade vulcânica recente.
O microcontinente conhecido como Mauritia se separou há cerca de 60 milhões de anos, quando Madagascar e Índia se destacaram, segundo os pesquisadores, e ficou escondido embaixo de uma grande quantidade de lava.
O desmembramento dos continentes é frequentemente associado a fenômenos geológicos conhecidos como as plumas mantélicas, bolhas gigantes magma que sobem das profundezas da Terra para suavizar as placas tectônicas. Quando a zona de ruptura fica na extremidade de uma massa de terra (neste caso Madagascar e Índia), fragmentos desta massa pode permanecer separada, como no caso de Mauritia.          

Teorias Há até 750 milhões de anos, toda a massa terrestre do Planeta estava concentrada em um continente gigante, chamado de Rodínia pelos cientistas.              
Países que hoje estão a milhares de quilômetros de distância - como Índia e Madagascar - ficavam lado a lado.              
A nova pesquisa sugere que havia um "microcontinente" entre Índia e Madagascar. Os cientistas pesquisaram grãos de areia de Maurício, um país localizado no Oceano Índico. Os grãos se originaram em uma erupção vulcânica que ocorreu há nove milhões de ano. Mas apesar disso, eles contém minerais que são de um período ainda mais antigo.              
"Nós encontramos zircão, que foi extraído das areias da praia, e isso é algo que se encontra tipicamente na crosta continental. Elas são de uma era muito antiga", disse o professor Trond Torsvik, da Universidade de Oslo.              
O zircão é datado de entre 1970 e 600 milhões de anos atrás, e a equipe concluiu que os restos da terra antiga foram levados para a superfície da ilha durante uma erupção vulcânica.            
O professor disse acreditar que pedaços do continente poderiam estar 10 quilômetros abaixo de Maurício e sob o solo do Oceano Índico.              
A existência do continente teria atravessado diferentes éons da Terra - desde o Pré-Cambriano, quando não havia vida na terra, ao período em que surgiram os dinossauros.              
Mas há 85 milhões de anos, quando a Índia começou a se separar de Madagascar em direção à sua posição atual, o microcontinente teria se desfragmentado - e eventualmente desaparecido sob as ondas.              
No entanto, uma parte pequena do microcontinente pode ter sobrevivido, especulam os pesquisadores.            
"No momento, as (ilhas) Seicheles são um pedaço de granito, ou crosta continental, que está praticamente assentada no meio do Oceano Índico", diz Torsvik.              
"Mas houve uma época em que ficavam logo ao norte de Madagascar. E o que estamos dizendo é que talvez isso fosse muito maior, e que esses fragmentos continentais estão espalhados pelo oceano."            
Essas teorias ainda precisam ser confirmadas com mais pesquisa. "Nós precisamos de dados sísmicos que possam formar uma imagem desta estrutura... isso seria a prova definitiva.
IGCiência

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