Em dezembro, além da Estação Comandante Ferraz, que opera numa ilha, será instalado o primeiro módulo científico no interior do continente antártico. A unidade conterá sensores que enviarão, via satélite, dados metereoloógicos e ambientais.
A estação, em construção por uma empresa sueca, muda o patamar das investigações acadêmicas. Até agora, os pesquisadores utilizam-se da Comandante Ferraz, na chamada Antártica Marítima, na Ilha Rei George, a 130 km do continente. Os dados coletados, sob uma temperatura de -2,8°C, são periféricos. O módulo já tem nome: Criosfera 1, que será colocada na região dos Montes Thiel, onde os termômetros costumam marcar -35°C no verão, pesquisadores farão coletas até hoje inéditas para o Brasil.
Sob o ponto de vista de precisão de monitoramento, o Brasil estará dando um grande passo. A UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - é a sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera 1, responsável pelo módulo. A estrutura enviará dados meteorológicos e climáticos via satélite para o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, em São José dos Campos (SP).
Equipado com sensores que medem velocidade e direção dos ventos, temperatura, radiação solar, pressão atmosférica e emissões de CO2, a Criosfera 1 vai permitir análises mais criteriosas de fenômenos como o El Niño.
Os cientistas brasileiros vão aproveitar a viagem para realizar uma exploração glaciológica: levarão uma sonda para perfurar 100 metros na camada de gelo e assim poder analisar a história climática dos últimos 500 anos.
Por enquanto, o custo torna inviável manter a base habitada dentro do continente. Depois de instalada, a estação deverá receber visitas anuais de manutenção.
A equipe brasileira - composta por 15 cientistas - deverá chegar no dia 20 de dezembro à Antártica e permanecerão lá por 25 dias.
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