sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sudão do Sul se torna o mais novo país do mundo

O Sudão do Sul se tornou oficialmente às 18h01 desta sexta-feira (8) o mais novo país do mundo, ao se tornar independente do restante do Sudão. Nas ruas da capital do país, Juba, centenas de pessoas comemoraram.
O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos.
Em janeiro, quase 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum, onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe.
Na sexta-feira, o governo reconheceu formalmente a independência da parte sul do país.
apesar de possuir grandes reservas de petróleo, o Sudão do Sul nasce como um dos países mais pobres do mundo, com a maior taxa de mortalidade materna, a maioria de crianças fora da escola e um índice de analfabetismo que chega a 84% entre as mulheres.
Embora não haja estatísticas oficiais, a ONU estima que a população do país varie entre 7,5 e 9,5 milhões, embora um censo de 2009 realizado pelo Sudão do Sul revele números entre 11 e 13 milhões.
O Sudão do Sul também nasce sendo um dos maiores do continente, com 619,745 km², superando as áreas de Quênia, Uganda e Ruanda somadas. Antes da divisão o Sudão tinha 2,4 milhões de km².
A independência está sendo celebrada sem que as fronteiras entre o sul e norte já estejam bem definidas. Um foco de tensão é o debate sobre quem ficará com a região de Abyei, rica em petróleo. Em maio, forças do Sudão do Norte entraram em Abyei. Os conflitos forçaram 170 mil pessoas a fugir de suas casas devido a violência.
A questão do petróleo é uma das mais sensíveis da divisão do Sudão. A maior parte das reservas fica no sul, mas quase toda infraestrutura para refino e transporte fica no norte. Por enquanto a receita é dividida meio a meio. Sul e Norte também têm de dividir a dívida pública do Sudão.
O nascimento do país também provocou mudanças na ONU, onde discutem se incluem mais uma cadeira no já apertado plenário da Assembléia Geral, ou se o Sudão do Sul vai ocupar o espaço do Vaticano ou da Autoridade Palestina, que têm assento na sala, mas não são Estados-membros.

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