As florestas mundiais têm um papel maior do que se imaginava no combate à mudança climática, disseram cientistas no abrangente estudo já realizado a respeito da capacidade de absorção florestal do dióxido de carbono atmosférico.
O estudo deve contribuir para implementação do Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para criação de um mercado global de créditos de carbono, recompensando projetos que protejam as florestas tropicais. Se essas florestas armazenam mais carbono do que se imaginava, os projetos se tornam valiosos.
Já era sabido que as árvores, ao crescerem, capturam grandes quantidades de dióxido de carbono (CO²), o principal dos gases efeito estufa. Mas até agora não havia sido possível calcular quanto CO² as árvores absorvem em diferentes partes do planeta, e qual é o total global de gases liberado na derrubada e queima das matas.
O estudo a ser divulgado no periódico Science discrimina a capacidade de absorção nas florestas tropicais, temperadas e boreais, e mostra que as árvores capturam mais de 10% do CO² gerado por atividades humanas, mesmo quando se leva em conta todas as emissões decorrentes do desmatamento.
Com base em dados estatísticos, informações de satélites e modelos computacionais, os cientistas calcularam que as florestas estabelecidas e recém-plantadas nos trópicos absorveram quase 15 bilhões de toneladas de CO² no último ano - equivalente a cerca da metade das emissões causadas por indústrias, transportes e outras fontes. Por outro lado, o desmatamento gerou 10,7 bilhões de toneladas.
A grande surpresa foi o fato de que florestas recém-replantadas nos trópicos são muito mais eficazes do que se pensava na absorção do CO², totalizando quase 6 bilhões de toneladas de CO², aproximadamente a emissão total dos EUA em um ano.
Esta análise coloca as florestas num nível de importância ainda mais elevado na regulamentação do CO² atmosférico.
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