Americanos voltam ao Vietnã para eliminar o Agente Laranja do solo, um dos tristes legados da guerra encerrada há 35 anos.
A guerra do Vietnã permanece viva no ambiente daquele país. Mais de três décadas após o fim do conflito, só agora os EUA põem em prática um plano, junto com o governo vietnamita, para tentar sanar os danos ambientais causados pelo Agente Laranja, veneno usado para derrubar as folhas das árvores durante o conflito. Era assim que os americanos tiravam dos vietcongs uma das poucas vantagens que tinham no combate: os esconderijos. E acabavam com as plantações, tirando o alimento do inimigo.
O Agente Laranja foi criado como um regulador de crescimento de plantas, fazendo-as florescer mais cedo. Em grandes quantidades, porém, fazia as folhas caírem. Quando jogado no ar por aviões, o produto - cujo nome deriva da cor dos galões em que era estocado na guerra - matava todo tipo de vegetação, destruindo inclusive raízes. Sem elas para segurar o solo, as chuvas carregavam boa parte da terra. Espécies invasoras de grama cresceram, impedindo que a vegetação nativa voltasse. Mas o mal não acabou junto com o combate, pois grandes quantidades de dioxina, um dos componentes do veneno, continuaram no ambiente.
Especialistas consideram esse um dos piores legados do Agente Laranja. A Cruz Vermelha estima que mais de 3 milhões de vietnamitas já tenham sofrido com problemas de saúde relacionados à substância, além de centenas de milhares de soldados americanos que lidaram com o veneno durante a guerra.
O trabalho de limpeza deve se iniciar no começo de 2012 na antiga base dos EUA em Da Nang, na parte central do Vietnã, onde a arma química era armazenada. além da retirada da dioxina, minas não detonadas também serão removidas. Outras bases americanas a serem descontaminadas - Bien Hoa e Phu Cat, no sul do país - foram identificadas como locais em que o veneno era misturado, estocado e carregado nos aviões durante a guerra, fazendo com que a dioxina escoasse para o solo e o lençol freático.
De acordo com a Secretária de Estado americano Hillary Clinton quando visitou o Vietnã, em outubro, a dioxina no solo "é um legado do passado de dor que compartilhamos. Com as duas nações trabalhando unidas para limpar o local, é sinal de um futuro de esperança, a ser construído em conjunto".
O projeto vai remover a dioxina de 29 hectares de terra. Em 2009, uma empresa ambiental canadense detectou níveis do material 300 a 400 vezes acima do que os limites reconhecidos internacionalmente como toleráveis.
Fonte: Isto É. com
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