As populações de espécies no topo da cadeia alimentar estão diminuindo, e muito mais do que era estimado. Segundo um estudo publicado na revista Science, este declínio pode representar um dos maiores impactos da atuação humana sobre a natureza, já que provoca mudanças negativas em vários ecossistemas do planeta.
"Há enormes implicações para todos os aspectos da ecologia, de diversidade das espécies aos efeitos sobre o ar, a água e o solo, além do surgimento de doenças humanas e da prevalência de incêndios florestais", afirma o biólogo Tom Schoener, da Universidade da Califórnia, um dos autores da pesquisa.
O declínio no número das populações foi mais observado entre os grandes predadores, como lobos, e leões, na terra, baleias assassinas e tubarões nos oceanos, e grandes peixes nos ecossistemas de água doce. Porém diminuições dramáticas também ocorreram em populações de grandes herbívoros, como elefantes e búfalos.
Este efeito é chamado pelos cientistas de catastrófica, em que uma perda no topo da cadeia alimentar causa grandes impactos sobre outras espécies, tanto de animais como de plantas, de níveis tróficos inferiores.
Um dos exemplos citados pela pesquisa foi a diminuição de lobos no Parque Nacional Yellowstone, nos EUA. O fato alterou a população de alces, além da de algumas árvores e gramíneas, o que resultou na queda de alimento dos castores, diminuindo também a população destes. Quando os lobos foram recolocados no parque, o ecossistema se recuperou.
A partir deste e de outros exemplos, o estudo busca provar que os grandes predadores exercem ampla influência sobre as espécies que estão abaixo na cadeia alimentar, ao contrário do que a ecologia costumava pregar.
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