segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cientistas querem regulamentar pesquisas que misturam DNA humano com animal

Um grupo de cientistas divulgou na sexta-feira um documento pedindo para que seja formada uma comissão para regulamentar a realização de experiências científicas envolvendo DNA de seres humanos com os de animais. Apesar de experimentos deste tipo serem comuns, há uma possível barreira ética quando se fala em uso de embriões humanos, e etc.
Recentemente, camundongos foram geneticamente modificados para expressar um tipo humano de hemofilia. Além disso, vacas já produzem leite com características do leite humano.
O tema fica mais controverso quando é falado em inserir células do cérebro humano em cérebros de animais, fertilizar óvulos humanos em animais ou dar a eles expressões faciais como as nossas. Segundo o professor de genética da Universidade de Cambridge Martin Bobrow, as pessoas começam a ficar preocupadas quando mexemos com cérebro, células reprodutivas, e características que fazem nós nos reconhecermos como humanos, como a fala, a pele, o rosto.
Ele está à frente dos cientistas que querem o tema regulamentado para terem segurança na hora de fazer seus experimentos. Eles argumentam que mesmo os testes mais controversos podem ser mais úteis - por exemplo, injetar células do cérebro humano em camundongos pode ajudar na pesquisa sobre o AVC (acidente vascular cerebral). O primeiro teste clínico com células tronco em pacientes com AVC só foi possível após as células humanas terem sido injetadas em ratos.
A própria Academia de Ciências médicas da Grã-Bretanha - está pedindo ao governo que estipule regras mais restritas para as pesquisas médicas envolvendo animais. O grupo teme que experimentos envolvendo transplante de células acabem criando anomalias, como macacos com capacidade de pensar e falar como os humanos.
O alerta ressalta o debate da questão dos limites da pesquisa científica . Um dos autores do relatório, o professor Christopher Shaw, do King's College de Londres, diz que tais estudos são extraordinariamente importantes.
A academia ressalta que não é contrária aos experimentos que envolvam, por exemplo implante de células e tecidos humanos em animais. Depende, no entanto, que com o avanço das técnicas estão surgindo novos temas que precisam ser urgentemente regulados.
Se os cientistas estão temerosos, os experimentos devem estar ficando fora de controle e ultrapassando a barreira ética!

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