Mapear a biodiversidade mundial é um dos maiores desafios da ciência. A audaciosa tarefa foi abraçada nos últimos seis anos por uma rede internacional de pesquisadores cujo objetivo é contabilizar e descrever todos os seres vivos do planeta - estima-se que apenas 10% das espécies são conhecidas. A forma como isso é feito parece coisa de cinema: um tipo de código de barras identifica cada ser de acordo com seu grupo, criando uma biblioteca genética digital possível de ser acessada por qualquer pessoa pela internet (http://www.boldsystem.org/). O Brasil, detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta, entrou na empreitada em dezembro de 2010, com Índia e China.
O projeto internacional Barcode of Life (Código de Barras da Vida - iBol, na sigla em inglês) iniciou em 2005 com o objetivo de fornecer um sistema de bioidentificação global. O trabalho é relativamente simples e bastante engenhoso. Em vez de sequenciar o genoma completo de cada espécie, os pesquisadores decifram as letras de um único gene (no caso de animais e plantas, são dois ou três) compartilhado pelas diferentes espécies. Desse modo, é possível compará-las e identificar quando se trata de alguma descoberta. As sequências são enviadas para um banco de dados alimentado por pesquisadores de todo mundo. Atualizado diariamente, o arquivo tinha mais de 1,7 milhão de registros até o ano passado.
Nem sequer sabemos de grandeza e de quantas espécies existem no planeta. As estimativas variam de 5 milhões a 100 milhões - salienta um dos pesquisadores canadense e um dos gerentes da iniciativa - Robert Hanner.
O grupo nacional tem como meta catalogar, em três anos, 120 mil exemplares de 24 mil espécies. A tarefa está repartida entre 10 grupos, compostos por especialistas de diversas instituições.
Acredita-se que o Brasil abrigue mais espécies de animais e plantas do que qualquer outra nação, e muitas delas, como o mico-leão-de-cara-preta e o mico-leão-dourado, só existem no Brasil.
Essa é uma iniciativa audaciosa e muito importante. Catalogar as espécies existentes no planeta e ter um código acessível do mundo inteiro é um grande salto da ciência!!!
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