Quando a sonda Philae, levada pela nave Rosetta, aterissou no cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko, em novembro de 2014, cientistas por toda a Terra prenderam a respiração por alguns instantes. A aproximação foi violenta – por causa da gravidade baixa do cometa, Philae quicou por duas horas antes de parar, inclinada, em uma região sombreada. A sonda estava inteira e funcionava. Mas, sem acesso à radiação solar, logo ia desligar. O pouso de Philae fora o resultado de 20 anos de trabalho de cientistas do mundo todo – inclusive do Brasil – coordenado pela Agência Espacial Europeia. Tanto esforço era justificado – Roseta e Philae perseguiram o cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko pelo sistema Solar porque aquele corpo de gelo e poeira podia conter pistas sobre como a vida surgira na Terra. Antes de desligar, Philae conseguiu “cheirar” a superfície do cometa. Descobriu que ele reunia um conjunto de 16 compostos orgânicos essenciais para a vida. Agora, passado mais de um ano, cientistas franceses conseguiram simular, em laboratório, o processo de formação de alguns desses elementos. Os resultados desse trabalho foram publicados na edição da revista Science desta sexta-feira (8).
Para haver vida, é preciso que exista água em estado líquido. E é preciso que existam compostos orgânicos em certa concentração. Quando nosso planeta se formou, sua composição incluía quantidades muito pequenas desses compostos. Por isso, os cientistas acreditam que eles vieram parar aqui transferidos de outros corpos celestes. Os cometas são os principais candidatos. Os cometas que passam pelo sistema solar são antigos. Esses corpos, compostos basicamente de gelo interestelar e poeira cósmica, foram criados durante o processo de formação dos planetas e empurrados para fora da nossa vizinhança. Os cientistas acreditam que foram eles os responsáveis por semear a Terra com os elementos essenciais para o surgimento de vida.
As análises da Philae, enviadas para a Terra antes de a sonda desligar, identificaram 16 compostos orgânicos. Entre eles, havia elementos importantes para a criação de um tipo de açúcar chamado ribose. A ribose é importante para todo organismo vivo porque ela participa da composição dos vários tipos de código genético. É ela que “gruda” as bases que formam o DNA e o RNA. A astroquímica francesa Cornelia Meinert , do Instituto de Química de Nice, queria saber se era possível ribose se formar em um cometa a partir dos ingredientes identificados no 67P- o cometa analisado pela Philae.
“Nós sabíamos que aminoácidos podiam se formar em ambiente interestelar”, disse ela: “A questão que restava era onde e como os açúcares podiam se formar”. Essa era uma questão antiga- os primeiros trabalhos desse gênero, segundo Cornelia, começaram a ser realizados em 1986. Ela e sua equipe simularam, em laboratório, o ambiente encontrado em um cometa durante os estágios finais de formação do Sistema Solar. Submeteram uma mistura de água, metanol e amônia a baixas pressões e temperaturas, enquanto irradiavam o composto com raios ultravioletas. O resultado? Ribose – além de alguns outros açúcares.
A novidade foi recebida com entusiasmo por Cornelia e sua equipe. Eles fazem parte do time que ajudou a construir o Cosac, o instrumento que a Philae usou para detectar esses compostos no 67P. As substâncias resultantes do experimento são solúveis em água – algo importante para o surgimento de vida. Segundo Cornelia, a experiências fornece pistas de como essas moléculas complexas se formaram e chegaram ao nosso planeta.
Para haver vida, é preciso que exista água em estado líquido. E é preciso que existam compostos orgânicos em certa concentração. Quando nosso planeta se formou, sua composição incluía quantidades muito pequenas desses compostos. Por isso, os cientistas acreditam que eles vieram parar aqui transferidos de outros corpos celestes. Os cometas são os principais candidatos. Os cometas que passam pelo sistema solar são antigos. Esses corpos, compostos basicamente de gelo interestelar e poeira cósmica, foram criados durante o processo de formação dos planetas e empurrados para fora da nossa vizinhança. Os cientistas acreditam que foram eles os responsáveis por semear a Terra com os elementos essenciais para o surgimento de vida.
As análises da Philae, enviadas para a Terra antes de a sonda desligar, identificaram 16 compostos orgânicos. Entre eles, havia elementos importantes para a criação de um tipo de açúcar chamado ribose. A ribose é importante para todo organismo vivo porque ela participa da composição dos vários tipos de código genético. É ela que “gruda” as bases que formam o DNA e o RNA. A astroquímica francesa Cornelia Meinert , do Instituto de Química de Nice, queria saber se era possível ribose se formar em um cometa a partir dos ingredientes identificados no 67P- o cometa analisado pela Philae.
“Nós sabíamos que aminoácidos podiam se formar em ambiente interestelar”, disse ela: “A questão que restava era onde e como os açúcares podiam se formar”. Essa era uma questão antiga- os primeiros trabalhos desse gênero, segundo Cornelia, começaram a ser realizados em 1986. Ela e sua equipe simularam, em laboratório, o ambiente encontrado em um cometa durante os estágios finais de formação do Sistema Solar. Submeteram uma mistura de água, metanol e amônia a baixas pressões e temperaturas, enquanto irradiavam o composto com raios ultravioletas. O resultado? Ribose – além de alguns outros açúcares.
A novidade foi recebida com entusiasmo por Cornelia e sua equipe. Eles fazem parte do time que ajudou a construir o Cosac, o instrumento que a Philae usou para detectar esses compostos no 67P. As substâncias resultantes do experimento são solúveis em água – algo importante para o surgimento de vida. Segundo Cornelia, a experiências fornece pistas de como essas moléculas complexas se formaram e chegaram ao nosso planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário