quarta-feira, 13 de abril de 2016

Estudo mostra que devastação do cerrado afeta ciclo de chuva na região

For do cerrado: a transpiração e evaporação da vegetação nativa ajuda a manter o ciclo de chuva da região (Foto: Marcos Cesar Campis/ Wikimedia)
 
Um estudo coordenado por pesquisadores americanos e brasileiros avaliou o impacto ambiental do desmatamento do Cerrado. O levantamento foi feito usando técnicas de sensoriamento remoto entre 2003 e 2013. Nesses dez anos, a área de cultivo agrícola mais que dobrou, de 1,2 milhões a 2,5 milhões de hectares. Cerca de 74% dos novos cultivos foram feitos em cima de áreas de Cerrado nativo intacto que foi desmatado para a agricultura. A pesquisa, coordenada pela americana Stephanie Spera, da Brown University, foi publicada pela revista científica Global Change Biology.
Segundo os pesquisadores, o desmatamento reduziram a quantidade de água reciclada na atmosfera pela evaporação e transpiração das plantas. Só em 2013, as áreas agrícolas no cerrado desmatado reciclaram para a atmosfera 14 mil metros cúbicos a menos do que a vegetação nativa. Foi uma redução de 3% na umidade lançada na atmosfera só naquele ano. A umidade gerada pela monocultura (como de soja) é menor do que a da vegetação natural de Cerrado em todos os anos pesquisados, exceto nos meses de janeiro e fevereiro, durante o auge do crescimento dos grãos. Em apenas um ano, o Cerrado perdeu uma área equivalente a três cidades do Rio de Janeiro.
Já com a alternância de cultivos, quando o agricultura faz rotaçaõ de soja e milho, por exemplo, a transpiração para a atmosfera aumenta. Segundo a pesquisa, a quantidade de umidade lançada na atmosfera pelos cutivos alternados é igual ou maior do que a da vegetação nativa durante o período de chuva (de dezembro a maio). Para os cientistas, se o cultivo ficar mais intenso e extenso na região do Cerrado, será preciso levar em conta o impacto no ciclo de umidade e chuva. Eles também sugerem a alternância de cultivos para reduzir a necessidade de mais desmatamentos.
 
 

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