Quem tiver céu sem nuvens na direção do poente entre sexta (19) e sábado (20), não deixe de olhar para lá entre as 19h e as 20h. Você vai encontrar, num pedaço de firmamento não muito maior que o seu punho fechado, Vênus, Júpiter e a Lua num fino crescente.
A aproximação dos astros, naturalmente, é mera questão de aparência. Vênus está a 90 milhões de km da Terra e Júpiter, quase dez vezes mais distante, a 890 milhões de km daqui. Já a Lua, como diria Fernando Vannucci, é logo ali, a menos de meio milhão de km de distância (aproximadamente 400 mil km).
Trata-se também de uma boa ocasião para enxergar o brilho da própria Terra. É, é isso mesmo. Ao olhar para a Lua, você verá que o lado dela não-iluminado pelo Sol ainda assim é tenuemente visível contra a escuridão do céu profundo. Essa baixa iluminação é ocasionada pela luz solar que a Terra reflete na direção do solo lunar.
Na quinta-feira já estava bonito, como se pode ver nesta foto, feita pelo leitor Diego Lara, em Cochabamba, na Bolívia.
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A Lua se move no céu mais depressa que os planetas, de modo que, entre sexta e sábado, você notará que ela se deslocará de uma posição mais próxima de Vênus para uma mais perto de Júpiter. Nos dias subsequentes ela deixará o cenário do horizonte oeste, mas Vênus e Júpiter ainda seguirão se aproximando, até chegarem a uma fração de um grau de distância um do outro, no dia 30 de junho. Nessa ocasião, eles lembrarão uma estrela dupla.
Aliás, há quem diga que foi exatamente isso (uma conjunção particularmente próxima, como essa, entre Vênus e Júpiter) que os Reis Magos viram e interpretaram como o prenúncio do nascimento de Jesus: a famosa Estrela de Belém. Os astrônomos sabem que um trio de conjunções semelhantes aconteceu entre os anos 2 e 3 a.C.
Então, não deixe de olhar para o céu nos próximos dias, logo depois do poente, e encante-se com a beleza de um espetáculo que tem inspirado gente como a gente há dezenas de milhares de anos, nesse pequeno planeta a girar em torno do Sol.
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