segunda-feira, 15 de março de 2010

Punição indesejada

A taxação dos produtos americanos por causa do algodão não é boa para os EUA nem para o Brasil, dizem especialistas no setor.
Uma vitória obtida pelo Brasil contra os Estados Unidos na Organização Mundial de Comércio (OMC) provocou uma situação indesejada para os dois países. Depois de oito anos de disputa, o governo brasileiro ganhou no final do ano passado o direito de aumentar as taxas cobradas na importação de produtos e serviços americanos no valor de até US$829 milhões.
O direito de sobretaxar conferido pela OMC vale como uma retaliação pelos subsídios concedidos pelos EUA aos plantadores de algodão.
A retaliação, na verdade, desagrada aos dois países porque prejudicará setores da economia, de ambos os lados, que nada têm a ver com o embate em torno do algodão. Na semana passada, o Brasil divulgou uma lista de 102 produtos americanos que poderão ser taxados.
Para os exportadores brasileiros, a punição dos Estados Unidos também não atende a seu principal interesse: a redução dos subsídios do algodão. O Brasil é o quarto maior exportador mundial de algodão. Em 2009, produziu 505.000 toneladas. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, o país poderia produzir o dobro se ganhasse mais mercado internacional.
O governo brasileiro gostaria que os americanos formulassem uma contraproposta ou, pelo menos, acenassem com a promessa de redução dos subsídios.
Os desdobramentos desse embate contra os EUA serão uma boa oportunidade para saber se a possibilidade de retaliação vai ser usada para uma negociação justa ou vai abrir feridas que podem atrapalhar o comércio internacional, que deve ser estimulado - e não bloqueado.
Ou seja, há necessidades recíprocas!!! Vamos ver quem vai ceder...
(Fonte R.Época)

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