Quando as abelhas-africanas foram trazidas ao Brasil, há quase 60 anos, elas rapidamente cruzaram com as europeias e se tornaram dominantes no território nacional. As abelhas híbridas resultantes, chamadas africanizadas, são agressivas. São elas que batem nos balcões envidraçados de padarias e atazanam quem tenta beber um refrigerante ou comer um doce na maioria das cidades brasileiras.
Elas popularizaram o medo de abelhas e a imagem do apicultor como aquele sujeito vestido de "astronauta". As abelhas africanizadas produzem um mel abundante e barato. Acreditava-se que as abelhas nativas - que os índios já criavam antes da chegada dos portugueses - estavam fadadas a desaparecer, e com elas a variedade de mel que produzem, mais suave e aromático. Nos últimos anos, porém, deu-se um fenômeno inesperado: o mel das abelhas indígenas - nativas - se tornou disputado, justamente por sua raridade. Hoje, para muitos produtores, ele é mais vantajoso que o das africanizadas.
A procura pelo mel de abelha nativa foi impulsionada pela fama de que ele ajudaria na cicatrização de feridas e queimaduras, na cura de gripes e até no tratamento de catarata. Nada disso tem fundamento científico. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), diz que "o grande notícia: "a espécie da abelha mel deve ser consumido como um alimento altamente nutritivo, não como remédio, e que - (esta é a boa notícia) faz pouca diferença a sua qualidade". Mesmo assim, as abelhas nativas, do gênero Melipona tem um mel raro e suave e com um preço dez vezes superior ao das africanizadas!
Fonte: R.Época
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