O economista-chefe do Centro de Políticas Sociais vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, afirmou que a baixa escolaridade da população brasileira mantém o país entre as nações mais desiguais do mundo. "Ainda estamos no Top da desigualdade mundial", disse.
Análise publicada pelo economista mostrou que desde 1996, há redução do índice de Gini. O indicador, que mede a concentração de renda ( quanto mais perto de um, maior a desigualdade), caiu de 0,6068, naquele ano, para 0,5448, em 2009.
Apesar da queda, o índice brasileiro é superior ao de países como os EUA (em torno de 0,400) e da Índia (0,300) e está próximo ao de nações mais pobres da América Latina e do Caribe e da África Subsaariana. "Saímos do pódio, mas ainda estamos entre os mais desiguais, afirmou o economista".
Segundo Neri para diminuir a desigualdade, é preciso que a renda das classes mais baixas continue crescendo, programas sociais focados na população mais pobre, e, sobretudo, que o estado amplie a oferta de educação de mais qualidade para as pessoas permanecerem na escola.
O sociólogo e cientista político Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Lets), disse que a "educação no Brasil é muito ruim e que há um excesso de valorização da escolaridade", o que explica a grande diferença salarial entre quem tem curso superior e quem não tem nenhuma formação. Para ele o desempenho educacional "não tem melhorado" e, portanto, nos próximos 10 anos o quadro de desigualdade permanecerá.
Para o estatístico e economista, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), confirmou no resultado da última Pnad, - que, além da desigualdade perene -, indicou que UM em cada cinco brasileiros com 15 anos ou mais - tem menos de quatro anos de estudo.
Fonte: Site Terra
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