A bacia Amazônica está passando por uma transição e pode, em breve, deixar de ser um absorvedor de carbono e se tornar uma fonte. Foi identificado que a expansão agrícola e as mudanças climáticas estão provocando problemas na região. Pesquisadores afirmam que desmatamento, fogo e secas estão potencializando as perdas de estoque de carbono, além de alterar os padrões de chuva na região. O processo de transição já começou no Sul, Sudoeste e Sudeste da Amazônia, a parte Oeste da região permanece parcialmente preservada.
A questão já foi observada e vinha sendo debatida há alguns anos, mas esta é a primeira vez que um grupo de pesquisadores do Brasil, Europa e Estados Unidos faz uma revisão sobre o assunto e publica artigo em um periódico científico. Os pesquisadores revisaram os dados do Programa Brasileiro de Pesquisas sobre as Interações Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), que desde 2007, que produziu cerca de cem projetos de estudo na região.
De acordo com Paulo Artaxo, pesquisador do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e um dos autores do estudo publicado na Nature, “o importante é perceber que o Brasil precisa se estruturar para preservar aquela região”.
O documento também afirma que estão ocorrendo alterações no fluxo de água e na sedimentação dos rios, além do prolongamento da estação de seca no Sul e leste da Bacia Amazônica.
De acordo com Paulo Artaxo, pesquisador do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e um dos autores do estudo publicado na Nature, “o importante é perceber que o Brasil precisa se estruturar para preservar aquela região”.
O documento também afirma que estão ocorrendo alterações no fluxo de água e na sedimentação dos rios, além do prolongamento da estação de seca no Sul e leste da Bacia Amazônica.
Trata-se de um processo complexo de transição de um ecossistema que tem como principal causa a mudança no manejo do solo provocada pelo crescimento da agricultura, pecuária, atividade madeireira e crescimento populacional na região. Para se ter uma ideia, em 1960, a população na Amazônia brasileira era de 6 milhões, em 2010 este número já era de 25 milhões. A cobertura de floresta diminuiu para 80% do que era.
Esta transição de absorvedor de carbono para fonte de carbono está ligada ao desmatamento. O fato é que florestas em crescimento tendem a absorver o carbono da atmosfera por causa do processo da fotossíntese. Porém, com o corte de árvores ocorre a liberação do carbono que estava armazenado - além da perda de uma árvore para fazer a fotossíntese e absorver carbono.
Atualmente, os rios amazônicos são responsáveis por 20% da água doce do mundo e a floresta armazena 100 bilhões de toneladas de carbono, o que equivale ao valor de 10 anos de emissões de combustíveis fósseis.
“Este processo afeta toda a mudança climática global. É ainda difícil dizer quanto a floresta Amazônica afetaria as mudança climática no planeta, pois é difícil prever o quanto ela será desmatada”, disse Artaxo. O pesquisador afirma que embora haja uma grande preocupação, há um decréscimo no desmatamento no país. “Em 2005, o desmatamento foi de 27 mil km2. Já em 2011, foi de 6 mil km2. É uma redução considerável. Porém o governo brasileiro precisa estruturar políticas para preservar a floresta que está de pé”.
IG Ciência.com
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