O pessoal da NASA não pôde celebrar o ano novo com champanhe (álcool é proibido por lá), mas teve motivos extras para comemorar. É que as sondas gêmeas do Laboratório de Recuperação da Gravidade e Interior (ou Grail em inglês, que também significa “graal”) finalmente completaram a viagem de três meses e quase 4,2 milhões de quilômetros percorridos e entraram na órbita da Lua neste fim de semana. “A NASA recebe o ano novo com uma nova missão de exploração”, disse Charles Bolden, administrador da NASA. “As naves gêmeas Grail vão expandir vastamente nosso conhecimento da Lua e da evolução do nosso planeta”, completou.
Lançadas em setembro, as sondas irão mapear o interior do satélite natural da Terra em uma missão inédita que custará 496 milhões de dólares e deve durar 82 dias e começar em março – mas pode ser prorrogada se as naves, alimentadas por bateria solar, resistirem ao eclipse solar de junho.
Nos próximos dois meses, as naves terão suas órbitas ajustadas. Elas ficarão a 200 quilômetros de distância uma da outra, mas esse valor deve variar. E é essa variação que interessa aos pesquisadores. É que, na Lua, existem áreas de maior e menor gravidade graças a características visíveis, como montanhas e crateras, ou invisíveis, como massas ocultas sob a superfície. Essas mudanças na gravidade farão com que as naves diminuam ou aumentem levemente sua velocidade, e isso vai modificar a distância que as separa. Sinais de rádio transmitidos pelas duas espaçonaves irão fornecer aos cientistas as medidas exatas dessa variação e, com isso, será possível criar o mais preciso mapa do campo gravitacional lunar já feito. E, com esse mapa, os cientistas poderão deduzir o que há embaixo da superfície da Lua, incluindo o tamanho de um possível núcleo interior.
“Embora, desde a década de 1970, tenhamos enviado mais de uma centena de missões à Lua, inclusive duas nas quais os astronautas caminharam sobre a sua superfície, a verdade é que há muitas coisas que não sabemos sobre ela”, disse Maria Zuber, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que é a pesquisadora-chefe do programa Grail, em coletiva de imprensa. Entre as coisas que os cientistas ainda não sabem está o motivo de o lado oculto da Lua (ou aquele que não pode ser visto da Terra) ser tão diferente do lado visível. A resposta, acreditam eles, deve estar no interior do nosso satélite.
A missão Grail também pretende descobrir se a Terra já teve uma segunda lua. Astrônomos acreditam que algumas das marcas na superfície da Lua poderiam ser resultado de uma colisão com um satélite menor.
Superinteressante.com
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