quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Rússia busca a água mais pura do mundo

Cientistas russos estão próximos de alcançar a superfície de um lago subterrâneo na Antártida isolado há aproximadamente 15 milhões de anos. Sua água doce, saturada de oxigênio como nenhuma outra no planeta, pode abrigar formas de vida pré-históricas, espécies de bactérias que sobreviveram a diversas mudanças climáticas e geológicas e podem ajudar a explicar a origem da vida na Terra e a possibilidade de sua existência em outros planetas.
Europa, uma das luas de Júpiter, por exemplo, tem gelo em sua superfície e pode ter água em estado líquido no subsolo, graças ao calor que vem do núcleo do astro. São condições similares às encontradas no lago Vostok, que está quase quatro quilômetros abaixo do gelo do continente, tem 300 quilômetros de comprimento e possui até mil metros de profundidade em alguns pontos.

"Essa água é provavelmente a mais antiga do planeta. Não temos provas concretas, mas os dados indicam que, no fundo do lago, deve haver formas de vida como extremófilos", afirmou a cientista chefe da expedição do Instituto de Pesquisas Árticas e Antárticas da Rússia, Valery Lukin. O Vostok é o maior dos mais de 100 lagos subterrâneos na Antártida e foi descoberto em 1957 pelos russos, feito classificado como um dos mais importantes achados geográficos do século 20. Desde então, muitas tentativas para chegar à sua superfície foram feitas, mas a pressão do gelo, as temperaturas extremas e o temor de contaminar uma fonte de tamanha importância científica impossibilitaram a pesquisa até agora.
A atual  tentativa, agora próxima do sucesso, começou em novembro de 2011. "A perfuração foi reiniciada em 2 de janeiro. Neste tempo, avançamos 16 metros", afirmou Lukin. A previsão é de que a sonda alcance seu objetivo nas próximas duas ou três semanas.
Os cientistas afirmam ainda que os resultados da exploração ajudarão a prever as mudanças climáticas na Terra durante os próximos séculos, já que o Vostok guarda a memória climática dos últimos séculos.
EXTREMÓFILOS
São organismos que conseguem sobreviver em condições extremas, que matariam a grande maioria dos seres vivos conhecidos. Grandes profundidades no mar, leitos de vulcões ativos e ambientes ácidos, ricos em arsênio ou com pouco oxigênio são alguns exemplos de ambientes extremos. Normalmente, micróbios são os únicos organismos que conseguem sobreviver nesses ambientes inóspitos.
Estudando como isso acontece, os cientistas buscam prever como a vida pode se desenvolver em outros planetas, como Marte, que não tem uma atmosfera como a da Terra. Eles podem explicar ainda como a vida começou em nosso planeta.
Veja.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário