Em breve a população das Maldivas estará de mudança. Os 350 mil habitantes terão de fazer suas malas para viver na Austrália, antes que sejam engolidos pelos mares do Oceano Índico. Pelo menos esse é o plano do presidente, Mohamed Nasheed, para a sobrevivência do seu povo.
Nasheed anunciou recentemente que pretende criar um fundo que arrecadará dinheiro para comprar terras e bancar a mudança, quando o aumento do nível do mar – que ocorre por conta da crescente temperatura do planeta – for tamanho que inundará todo o país. Os recursos virão da receita turística das mais de mil ilhas paradisíacas que formam o arquipélago.
Segundo as melhores estimativas da ONU, o nível do mar aumentará entre 28 e 28 cm até o final do século XXI. “Está se tornando cada vez mais difícil sustentar as ilhas em seu estado natural”, declarou ao jornal Sydney Morning Herald. Achou loucura? Pois não se trata de ficção científica, pelos cálculos do presidente a mudança será necessária daqui a, apenas, 20 anos. Outros países próximos com cultura semelhante, como a Índia e o Sri Lanka, também são considerados, apesar de Nasheed ainda não ter conversado oficialmente com nenhum deles.
Cerca de 42 milhões de pessoa foram forçadas a abandonar suas casas por causa de desastres naturais em 2010, mais do que o dobro do ano anterior. Uma das razões para o aumento pode ser a mudança do clima, e a comunidade internacional deveria estar fazendo mais para conter o problema, dizem especialistas.
Os refugiados do clima já são 42 milhões. Até 2020, serão 50 milhões:
O Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos afirma que o aumento de 17 milhões de desalojados em um ano foi devido principalmente ao impacto de megadesastres, como enchentes na China, Paquistão, e os terremotos no Chile e no Haití. Os números de 2009 foram baixos comparados a 2008, quando 36 milhões de pessoas foram desalojadas. mas o grupo diz que o número total de desastres dobrou em duas décadas, passando de 200 a 400.
Mais de 90% dos desalojamentos por desastres foram causados por problemas relacionados ao clima, como enchentes e tempestades. "A intensidade e a frequência de eventos extremos do clima estão aumentando e isto deve continuar assim. O número dos afetados crescerá com toda a probabilidade com a mudança climática induzida por humanos", disse Elisabeth Rasmusson, secretária-geral do Conselho de Refugiados da Noruega. A Ásia foi a região mais duramente atingida, com 32 milhões de pessoas afetadas. Os maiores números foram na China (15 milhões, pelas enchentes), Paquistão (11 milhões também por enchentes) e Colômbia (3 milhões, pelo mesmo motivo). O relatório também menciona pessoas afetadas pela seca, estimadas em 108 milhões no ano passado, comparadas a 101 milhões em 2009. Os custos totais estimados destes desastres chega a U$ 130 bilhões, de acordo com a seguradora alemã Munich RE.
Neste ano, a cena também não é encorajadora, com 10 mil mortos e 19 mil desaparecidos no Japão, e 500 mil desalojados. Nos Estados Unidos, tornados causaram destruição do Alabama a Massachusetts, e enchentes inundaram os estados de Montana a Louisiana. Falando em uma conferência em Oslo, o alto comissário da ONU para refugiados, Antonio Guterres, disse que a questão dos refugiados do clima é "um desafio definitivo de nosso tempo", e criticou a comunidade internacional por não ter vontade política para reduzir o ritmo da mudanca do clima.
Superinteressante.com
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