quarta-feira, 19 de junho de 2013

7 descobertas surpreendentes do robô Opportunity

 
O robô Opportunity está em Marte desde janeiro de 2004. Hoje, vive à sombra do Curiosity, considerado o explorador mais avançado já enviado para o planeta vermelho.
Mas, nesses nove anos, o Opportunity fez grandes descobertas e tem superado expectativas.
Opportunity foi lançado ao planeta junto de outro robô, o Spirit, que já não funciona mais.
O veículo já está no local sete anos a mais do que o previsto. Veja a seguir alguns feitos.
                                                                 Rochas metálicas
 
Em 2005, Opportunity encontrou um meteorito de ferro e níquel do tamanho de uma bola de basquete em Marte. O robô encontrou o objeto celeste perto de escombros de escudo térmico do Opportunity na superfície de Meridiani Planum, ao sair da cratera Endurance. Já em 2009, o robô encontrou a rocha Block Island. Com mais de meia tonelada, Block Island tem cerca de dez vezes a massa de Heat Shield. O meteorito foi considerado para os especialistas uma fonte de informações sobre o passado do meio ambiente do planeta. Block Island é grande demais para ter pousado intacto, sem se desintegrar com o choque. Isso levantou a hipótese de que Marte tivesse, na época da colisão, uma atmosfera muito mais densa capaz de frear a queda de meteoros.
                                                                  Blueberries
 
 
Quando o Opportunity começou sua missão descobriu esferas chamadas de blueberries. São ricas em hematita e trazem evidências de um passado do planeta vermelho rico em água.
As blueberries foram formadas pela ação da água dentro das rochas. Serviram de evidência para os cientistas concluírem que Marte havia sido úmido no passado.
 
Outras Esferas Misteriosas
Opportunity voltou a fotografar esferas misteriosas em Marte em setembro de 2012. Nunca vistas antes no planeta vermelho, elas têm intrigado os pesquisadores.
Com 3 milímetros de diâmetro, foram encontradas no afloramento Kirkwood, na borda oeste da Cratera Endeavour. As esferas não possuem a alta concentração de ferro encontrada nas blueberries, mostrando ter outra origem. Segundo Steve Squyres, investigador principal do Opportunity, essa foto é uma das mais extraordinárias feitas em toda a missão do robô. Na imagem, as esferas aparecem erodidas, com uma estrutura interna concêntrica.
Hipóteses sobre essas esferas misteriosas não faltam agora. Mas Squyres diz que não há nenhuma favorita no momento. Ele apenas ressalta que os pesquisadores estão diante de um quebra-cabeça geológico.
 
Afloramentos Rochosos
Logo que alcançou o solo marciano, Opportunity descobriu sinais de antigos oceanos ou lagos em Marte. O robô descobriu na Cratera Eagle extensos afloramentos de hematita, um mineral que só costuma se formar com a presença de água.
Na época, o afloramento rochoso animou os geólogos que tentam descobrir se as condições no Planeta Vermelho permitiram a existência de vida, anunciou a Nasa. As imagens feitas pelo robô mostram que as finas camadas não são sempre paralelas como as linhas de um caderno. Isso indica que uma corrente, como um deslizamento vulcânico, de vento ou de água, formou as rochas.
 
 
Veia Mineral
 
Em 2011, a Nasa anunciou depósitos de mineiras descobertos pelo Opportunity que deram pistas de que Marte teve água líquida em seu passado. A veia brilhante encontrada é, aparentemente, gesso, e teria sido depositado pela água. Apelidada de Homestake, a veia tem entre um e dois centímetros de diâmetro, entre 40 e 50 cm de comprimento e está localizado próximo à cratera Endeavour.
Observações anteriores já haviam identificado gesso em uma duna no norte de Marte. O problema é que o material não se formou lá, e ninguém sabe como ele foi parar na região. Já em Homestake, pela primeira vez, cientistas observam o mineral onde ele se formou. Acredita-se que ele tenha se formado provavelmente pela água dissolvendo o cálcio de rochas vulcânicas.
O mineral, posteriormente, se combinou com o enxofre e foi depositado nas rachaduras. As concentrações de cálcio na amostra indicam que as condições em Marte já foram mais neutras do que hoje, mais amigáveis à presença de vida.
 
Existência de água primitiva
No começo deste mês de junho, os cientistas anunciaram novas descobertas relacionadas à existência de água primitiva em Marte. O veículo analisou uma rocha antiga conhecida como Esperance 6. Por meio da rocha, os pesquisadores descobriram que a água interagiu com a rocha e mudou sua química.
A descoberta já é considerada uma das mais importantes feitas pelo robô. Isso porque demonstra uma química diferente da maior parte das descobertas anteriores sobre água em Marte.
O material estudado contém, portanto, evidências que potencialmente indicam a existência de que a água capaz de sustentar vida fluiu em Marte com abundância. Isso aconteceu por meio de algum tipo de fissura.
O estudo revela um tipo de água provavelmente potável que data do primeiro bilhão de anos da história de Marte. Nesse período, rochas de argila se formavam com um pH mais neutro, antes que as condições se tornassem mais severas e a água, mais ácida.
 
                                                              Tempestade de poeira
Em novembro de 2012, as Nasa revelou ter observado, por meio do robô Opportunity, uma enorme tempestade de poeira na superfície de Marte. O fenômeno produziu mudanças atmosféricas no planeta.
Segundo os cientistas, a tempestade cobria uma região bastante ampla com sua nuvem de poeira, em uma parte do planeta onde tormentas regionais provocaram tempestades de poeira globais no passado. Essas tormentas se expandiram e afetaram grandes áreas do planeta em 2001 e 2007.
Os especialistas querem entender por que algumas tempestades de poeira chegam a este tamanho e deixam de crescer, enquanto outras crescem e se transformam em globais. Depois de décadas de observação, os cientistas sabem que há um fator temporal ligado às maiores tormentas de poeira marcianas.
Recorde
Opportunity faz explorações, coletas de amostras de rochas e manda informações para a Terra. Em maio, a Nasa, agência espacial americana, anunciou que Opportunity bateu um recorde em solo marciano. Percorreu a maior distância já alcançada por um veículo da Nasa fora da Terra.
Após 3309 dias em Marte, Opportunity marcou 35 quilômetros e 760 metros completando seu percurso programa de 80 metros. Ao marcar esta quilometragem, Opportunity bateu o recorde alcançado pelos astronautas Eugene Cernan e Harrison Schmitt durante a missão Apollo 17. Em dezembro de 1972, visitaram a Lua por três dias e dirigiram o veículo Lunar por 35 quilômetros e 744 metros.
Mas o recorde de Opportunity é apenas entre os veículos da Nasa. Isso porque o recorde internacional de distância percorrida ainda é da sonda da União Soviética Lunokhod 2, que viajou 37 quilômetros na superfície da Lua, em 1973.
Exame.com
 
 

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