A Nasa, agência espacial americana, conseguiu desvendar o mistério da gravidade irregular na Lua. Após uma missão de nove meses, os cientistas descobriram que as diferenças de força gravitacional no satélite natural da Terra se formaram devido ao impacto de asteroides e cometas sobre a superfície.
Em geral, a Lua tem cerca de um sexto da gravidade da Terra. Mas essa força não é distribuída de forma homogênea. A gravidade da Lua varia de região para região, o que afeta o projeto de naves que ficam na órbita lunar. Mapas gravitacionais das planícies lunares mostram bolsões até então inexplicáveis de gravidade extra, o que indica depósitos ou estruturas subterrâneas.
Conhecer a estrutura interior da Lua é importante para remontar a história do que aconteceu por lá desde a formação do satélite, há cerca de 4,5 bilhões de anos. Por isso, o Laboratório de Recuperação da Gravidade e Interior (Grail, na sigla em inglês) conduziu a missão de nove meses.
A bordo do foguete United Launch Alliance Delta 2 viajaram duas sondas idênticas, projetados para revelar os altos e baixos do campo gravitacional lunar, o que dá aos cientistas pistas sobre seu interior. Elas revelaram a localização das áreas mais densas, algo que as câmeras tradicionais não conseguiam mostrar.
O artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica “Science”. A Nasa acredita que com a compreensão do fenômeno será possível aumentar a precisão da navegação dos satélites afetados pelas variações gravitacionais.
Os cientistas acreditam que a descoberta também pode ser relevante nos estudos sobre a geologia da própria Terra. Isso porque o planeta sofreu impactos similares no passado. Os cientistas acreditam que a Lua foi "construída" com enormes pedaços de material expelidos da Terra após uma colisão com um objeto que poderia ser tão grande quanto Marte. Entender as concentrações de massa pode ensinar sobre como as placas tectônicas surgiram, por exemplo.
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