segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Como Paris pode fechar um acordo contra o aquecimento solar

A pouco mais de 5 quilômetros do Stade de France, local onde um homem-bomba matou uma pessoa nos atentados de 13 de novembro, Paris receberá nada menos que 138 chefes de Estado e governo. Líderes como o presidente americano, Barack Obama, e o presidente chinês, Xi Jinping, confirmaram presença, mesmo com a ameaça terrorista. A presidente Dilma Rousseff também. Eles se encontrarão para resolver um problema talvez tão complicado quanto o terrorismo: o combate ao aquecimento global. Paris sediará a 21ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas com a promessa de, em duas semanas, firmar um acordo capaz de reduzir a emissão de gases de efeito estufa e impedir um futuro catastrófico.
Após anos de negociações travadas, a pressão é grande para que um acordo seja assinado. O planeta já está 0,85 grau célsius mais quente que no século XX, e 2015 deverá bater os recordes de calor – isso para não falar no aumento do número de furacões, extinção de espécies, secas e outros desastres climáticos. Nesse cenário, assinar um acordo global é crucial. E, na opinião de quem participa do processo, há esperança. “Acho que um acordo será assinado sim em Paris”, diz o climatologista brasileiro Carlos Nobre, presidente da Capes – órgão do Ministério da Educação para pós-graduação – e um dos principais cientistas climáticos do Brasil. “Talvez não seja um texto totalmente abrangente, mas sinalizará uma direção positiva.”
O processo para assinar um acordo começou no Rio de Janeiro, em 1992. Passou pela assinatura do Protocolo de Kyoto, em 1997, que nunca foi efetivo porque foi rejeitado pelo Congresso americano. Em 2009, na Dinamarca, as negociações chegaram a seu ponto mais baixo. Parecia impossível convencer os países ricos a adotar as mesmas políticas para o futuro do clima. Os negociadores mudaram de estratégia. Em vez de tentar metas iguais para todos, inverteram o jogo. Cada país diz o que pretende fazer.
No jargão das negociações climáticas, o plano de cada país recebe o nome de INDC, sigla em inglês para Contribuições Pretendidas Determinadas Nacionalmente. A INDC do Brasil determina que vamos reduzir 37% de nossas emissões até 2025. Até o momento, 178 países apresentaram suas INDCs. O resultado é uma colcha de retalhos, com prazos e métricas convenientes a cada um. A Europa compara suas metas com as emissões de 1990, enquanto os Estados Unidos comparam com 2005. Alguns, como a China, nem sequer falam em redução de emissões. Em vez disso, os chineses prometem “chegar a um pico” de emissões em 2030, o que significa que continuarão poluindo muito pelos próximos 15 anos.
A própria ONU fez uma simulação com o resultado de todas as propostas. A análise mostra que as INDCs são melhores do que nada. Se nenhuma ação for tomada, o planeta caminhará para um aquecimento global de 4 a 6 graus célsius até 2030. Com as propostas, esse aumento da temperatura ficaria limitado a 2,7 graus célsius. A má notícia é que, segundo o consenso científico, 2 graus célsius é o limite para um aquecimento global tolerável. Passando desse limite, as previsões para aumento do nível do mar, redução de áreas agriculturáveis, maior frequência de furacões e tufões, chuvas e secas parecem roteiro de ficção científica. Eventos extremos como o temporal que matou 1.000 pessoas no Rio de Janeiro em 2011 seriam frequentes.
Para uma reunião que acontece em uma cidade sitiada pelo terrorismo e com perspectiva de fechar um acordo menos restritivo do que pede a ciência, a expectativa com a Conferência de Paris surpreende. Haverá um engajamento ímpar de governos estaduais, setor privado, líderes religiosos e até sindicatos. Uma das razões é a ideia de que um acordo, mesmo fraco, passará uma mensagem positiva, incentivando outros atores, como empresas, a também agir. Outra razão é mais pragmática. Há um mecanismo no texto para que as metas sejam revisadas a cada ciclo de cinco ou dez anos. Assim, os governos poderiam corrigir suas rotas para uma economia mais limpa já na próxima década. Quanto antes, melhor.
A caminho de um clima mais quente (Foto: ÉPOCA)

França e Índia lançam ambiciosa aliança internacional de energia solar

 
França, em representação dos países ricos, e a Índia, como promotora da iniciativa, lançaram nesta segunda-feira uma aliança internacional dedicada à energia solar para que as nações desenvolvidas transfiram tecnologia e financiamento às nações mais pobres.
"Trata-se de justiça climática para todos os países da África e da Ásia porque a riqueza do amanhã virá das novas energias que se desenvolvem por todo o mundo, em particular da energia solar", declarou o presidente francês, François Hollande, durante a apresentação do projeto na Cúpula do Clima de Paris (COP21).
A aliança consistirá em uma "plataforma de cooperação entre os países desenvolvidos que dispõem de tecnologia solar e os que estão em vias de desenvolvimento situados entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio que querem desenvolver seu potencial no setor", segundo a declaração assinada por mais de 30 países, como Chile, Bolívia, El Salvador, Indonésia, Etiópia, Estados Unidos e Nigéria.
"Queremos levar energia solar a nossas casas e vidas, tornando-a mais barata e acessível e colaborando em pesquisa e financiamento para levar bilhões de pessoas à prosperidade", declarou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
O objetivo dessa rede global em favor de uma "vanguarda" de Estados que acreditam na energia solar - a aspiração é chegar a uma centena - é arrecadar "US$ 1 trilhão de financiamento necessário daqui a 2030 para a transferência de tecnologias adaptadas às necessidades específicas de cada país".
"Nossa ambição passa por assegurar a transferência de tecnologia e garantir que se consiga o financiamento necessário para alcançá-lo", acrescentou Hollande, acompanhado do ministro das Relações Exteriores francês e presidente da COP21, Laurent Fabius, e do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
A declaração adotada, assinada também por Angola, Burundi, Holanda e Emirados Árabes Unidos, entre outros, ressalta que "a energia solar é a mais abundante das renováveis nos países do Sul, mas as tecnologias e o financiamento ainda são insuficientes".
Por isso, os signatários impulsionarão "esforços conjuntos" através de "políticas inovadoras, programas, projetos, medidas de reforço de suas capacidades e instrumentos financeiros", aos quais pedem que se somem empresas privadas e representantes da sociedade civil.
A aliança solar internacional buscará não só "reduzir o custo de financiamento e tecnológico do desdobramento imediato de instalações solares competitivas" nos Estados signatários, mas também "abrir vias a novas tecnologias de produção, de armazenamento e de fabricação de bens sobre a base da energia solar".
Além disso, será criado "um comitê internacional" para dirigir a iniciativa e fornecer "orientações, instruções e conselhos aos países interessados" em somar-se à proposta, que também é apoiada por empresas como Engie, JP Morgan, Schneider Electric e Areva.

Países se comprometem a duplicar investimento em energia limpa s

 
 
Vinte das principais economias mundiais se comprometeram nesta segunda-feira a duplicar o investimento em pesquisa e desenvolvimento de energias e tecnologias com baixo índice de carbono nos próximos cinco anos, até alcançar um total de US$ 20 bilhões.
O anúncio, feito na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), faz parte da iniciativa "Missão Inovação, acelerando a revolução da energia limpa" promovida pelo bilionário Bill Gates para unir a iniciativa público-privada na promoção das tecnologias livres de carbono.
Os 20 países que aderiram à "Missão Inovação" somam 80% da pesquisa e desenvolvimento em energias limpas e são: Brasil, Austrália, Canadá, Estados Unidos, China, Índia, Chile, Reino Unido, México, Dinamarca, França, Alemanha, Indonésia, Itália, Japão, Noruega, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Suécia e Emirados Árabes.
A iniciativa faz parte de outra ainda maior, "Breakthrough Energy Coalition", que reúne 28 grandes investidores de dez países, que se comprometem a proporcionar o capital inicial para o desenvolvimento de tecnologias de ponta nos grandes laboratórios do mundo, assim como facilitar seu desenvolvimento em grande escala.
Entre os magnatas que acompanham Gates (o maior doador) nesta iniciativa estão Jeff Bezos, fundador de Amazon; o megainvestidor George Soros, Mark Zuckerberg, cocriador do Facebook; e Meg Whitman, da Hewlett Packard.
O objetivo, segundo Gates, é "colocar bilhões para buscar novos enfoques tecnológicos que permitam acelerar a transição para uma economia baixa em carbono e, definitivamente, acelerar as soluções para a mudança climática".
"Estamos diante de uma associação sem precedentes entre o setor privado e o público no mundo todo para promover energia limpa para todos", disse o presidente americano, Barack Obama, que junto ao líder francês, François Hollande, atuou como anfitrião da iniciativa, junto a Gates.
Os integrantes dessas iniciativas reconhecem a necessidade de acelerar o desenvolvimento de soluções de energia limpa para acompanhar a urgência de combater a mudança climática.

domingo, 29 de novembro de 2015

A selva amazônica alimenta as torneiras em São Paulo

 
Nos últimos dois anos, muitos dos vizinhos da Grande São Paulo (20 milhões) começaram a se acostumar a captar água da chuva com baldes, a esfregar o chão com água da máquina de lavar roupas e a se levantar de madrugada, antes que as torneiras fiquem secas novamente, para encher as bacias e ter água para o dia seguinte. O estado mais rico do Brasil ficou imerso por uma crise hídrica que não previu ou não soube prevenir e observou como suas reservas foram secando paulatina e perigosamente diante de uma queda inesperada de precipitações. Os estados próximos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, seguiram os passos do vizinho e muitos de seus habitantes também sofreram com o desabastecimento de água durante dias. No Nordeste do país, uma região maior, embora menos populosa, a seca não é nenhuma novidade, e em épocas mais severas, multiplicam-se as imagens de famílias inteiras percorrendo dezenas de quilômetros em busca de algum poço de qualidade questionável ou esperando com a vista voltada às ruas, completamente dependentes da chegada de um caminhão-pipa. O problema explica-se pela falta de infraestruturas, de previsão e de uma cultura de consumo responsável. E, também, claro, pela surpreendente falta de chuvas, um fenômeno que os especialistas associam ao desmatamento do maior tesouro do Brasil (e do planeta): a selva amazônica.
As mordidas constantes do homem sobre a selva amazônica, um ecossistema único que mantém o ar úmido por até 3.000 quilômetros terra adentro, podem equiparar-se, em termos ambientais, a acabar com a nascente de um gigantesco rio. Há mais de 20 anos, diferentes estudos climáticos estabeleceram uma conexão entre o desmatamento e as secas. Uma grande árvore pode absorver do solo e liberar mais de mil litros em um único dia, segundo o relatório mais recente sobre o tema, com o título “O futuro climático da Amazônia”, coordenado por Antonio Nobre, um dos principais estudiosos da área.
Em 2010, uma descoberta ilustrou a preocupação dos especialistas. Pela primeira vez, durante sua estiagem, encontraram-se pinturas rupestres nas rochas do fundo do leito do Rio Negro, em Manaus. Os desenhos foram feitos quando o nível dos mares, durante a era glacial milhares de anos atrás, estava 100 metros abaixo do nível atual. As relações entre o clima e a Amazônia ainda não são conclusivas, mas continuam a ser reforçadas no Brasil nos últimos anos.
O conceito de “rios voadores” já faz parte do imaginário coletivo de muitos brasileiros, uma vitória dos cientistas que se empenharam em demonstrar que as cicatrizes da selva amazônica deixam marcas em todo o continente — calcula-se que 19% das chuvas da Bacia da PratPrata têm sua origem na umidade que a selva amazônica gera, e que voa para o sul. As secas foram acompanhadas nos últimos anos de outros fenômenos climáticos extremos, como inundações — especialmente no sul do país —, o que reforça a teoria dos especialistas sobre o papel da selva no equilíbrio climático da região.
Com este panorama, em que até o Rio de Janeiro terá que investir em obras que garantam o abastecimento durante as Olimpíadas do ano que vem, o Brasil chega à Cúpula do Clima de Paris com uma má notícia. O desmatamento na Amazônia aumentou 16% este ano e chegou a 5.841 quilômetros quadrados, uma área equivalente à metade do território de Porto Rico.
O desmatamento é o principal responsável pelas emissões de gás do efeito estufa do país e desafia o ambicioso objetivo que o Brasil colocará sobre a mesa diante de 194 países: reduzir as emissões de carbono em 43% e acabar com a extração ilegal de madeira até 2030. “Esses dados debilitam a posição brasileira nas negociações internacionais sobre o clima. Mas é ainda pior porque estamos dando um tiro no nosso pé, já que a consequência do desmatamento é uma degradação do clima até extremos inimagináveis”, lamenta um dos principais estudiosos da relação da Amazônia com o clima, o cientista Antonio Nobre.
A boa notícia é que o Brasil já esteve pior: em 2004, foram destruídos 27.772 quilômetros quadrados. O objetivo para 2020 é não superar os 4.000 km². O desafio é enorme. Contra ele, estão principalmente os interesses da pecuária e dos agricultores. Os estados que concentram os maiores aumentos do desmatamento (Amazônia, Rondônia e Mato Grosso) beneficiaram-se, paradoxalmente, de recursos do Fundo Amazônia, nutrido pelo investimento estrangeiro e idealizado, precisamente, para reduzi-lo.
El País.com

Mundo se mobiliza na véspera da conferência sobre o clima

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Manifestações nos cinco continentes reuniram quase 600 mil pessoas neste domingo para exigir um acordo contra o aquecimento global, na véspera da conferência da ONU sobre o clima, em Paris.
Os protestos ocorreram na Austrália, onde dezenas de milhares de pessoas foram às ruas, passando por Ásia, Europa e África, com o objetivo de exigir medidas que impeçam transformações irreversíveis como grandes secas ou a elevação do nível dos oceanos. Essas mudanças acontecerão, ao longo deste século, inevitavelmente, se não forem contidas as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Segundo as primeiras estimativas divulgadas por um dos organizadores, a ONG Avaaz, pelo menos 570 mil pessoas participaram das 2.300 marchas pelo clima ao redor do mundo neste fim de semana.
"Esse número é sempre provisório e suscetível de aumentar com outras passeatas que ainda vão acontecer no México, em Ottawa e Vancouver, o que deve elevar o total para muito mais do que 600.000 participantes", destacou a organização.
Em Madri, ao menos 10 mil pessoas participaram de uma passeata iniciada diante da prefeitura, na Praça Cibeles, que seguiu até a Porta do Sol. Entre as mensagens, podia-se ler "A Terra é sua casa" e "Me ajude e ajude a si mesmo".
Em Londres, estrelas de Hollywood e do mundo da moda foram às ruas hoje junto com milhares de anônimos, para exigir compromissos contra o aquecimento global.
"Este clamor popular tem de ser ouvido. Essa cúpula histórica tem uma importância vital", disse à AFP a atriz Emma Thompson.
"No ano passado, fui junto com a minha filha ao Ártico. Lá, eu vi com meus próprios olhos a degradação do meio ambiente. O clima muda tão rápido atualmente porque os protocolos de Kioto foram ignorados", acrescentou.
"A ameaça é séria. É preciso agir. Se formos numerosos o bastante, os políticos terão de nos ouvir. Eles querem ser reeleitos e, por isso, vão responder", afirmou o cantor Peter Gabriel.
A célebre estilista Vivienne Westwood, o líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn e a cantora Charlotte Church também participaram da passeata.
"Queremos enviar uma mensagem clara para dizer que queremos um acordo, que meras palavras não são suficientes. De Uagadugu a Londres, passando pelo Nepal, o mundo inteiro marcha como se fosse uma única pessoa, reclamando ações", destacou o diretor de campanha da organização Avaaz, Sam Barratt.
"Isso me afeta diretamente. Se nada mudar, minha terra vai ficar submersa", disse Mikaele Maiava, de 37, de Tokelau, que faz parte da Nova Zelândia.
"É o problema da nossa geração, não é um problema apenas para os ambientalistas. A educação é essencial. Nunca se é jovem demais para se sensibilizar com problemas tão fundamentais", defendeu a francesa Katia Herault, que vive em Londres, e levou os filhos vestidos como o peixinho Nemo, personagem da animação "Procurando Nemo".
Em Paris, as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo neste domingo para conter centenas de manifestantes, muitos deles mascarados, que jogaram sapatos, garrafas e até barreiras metálicas contra os agentes, em um protesto contra a proibição de se manifestar, à margem da COP21.
Os manifestantes se reuniram perto da Praça da República, convocados por pequenos grupos "AntiCop21", contrários à conferência do clima da ONU em Paris.
Aos gritos de "Ouçam nossas vozes! Estamos aqui!" e "Estado de emergência, Estado policial, não vão tirar nosso direito de manifestação", os ativistas "AntiCOP21" seguiram para a Praça da República, centro da capital.
O presidente francês, François Hollande, criticou a ação "escandalosa" de "elementos perturbadores".
"Sabíamos que havia elementos perturbadores, que não têm nada a ver com os defensores do meio ambiente", denunciou Hollande, que está em Bruxelas para a cúpula entre União Europeia e Turquia.
Segundo o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, a polícia deteve 208 manifestantes, dos quais 174 estão em prisão provisória.
Os atos violentos, em particular o lançamento de projéteis cometidos por alguns manifestantes, devem ser denunciados "com a maior firmeza" e, de modo algum, podem ser confundidos com "manifestações de boa fé", declarou Cazeneuve.
De acordo com o chefe de polícia da capital, Michel Cadot, "são pequenos grupos violentos que enfrentaram as forças da ordem com projéteis", como "velas e até uma bola de bocha".
Com cerca de 150 chefes de Estado e de Governo, a XXI Conferência do Clima da ONU inaugura, oficialmente, nesta segunda-feira. Os representantes dos 195 países que participam da COP21 devem anunciar, em 11 de novembro, a formalização de um acordo mundial para limitar o aquecimento global a 2°C em relação à era pré-industrial.
 
ISTO É.com
 

Pequim decreta alerta de poluição mais grave do ano

 
A capital da China decretou neste domingo o alerta por poluição de nível laranja, o segundo mais grave depois do vermelho, na primeira vez que se ativa neste ano após um fim de semana de intensa poluição.
Os serviços meteorológicos de Pequim asseguraram neste domingo que a falta de vento e a umidade prolongarão a poluição durante pelo menos dois dias mais, até a chegada na quarta-feira de uma frente fria, segundo a agência oficial "Xinhua".
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De acordo com o medidor de poluição da embaixada dos Estados Unidos na metrópole chinesa, os picos de contaminação do ar chegaram a alcançar 20 vezes mais que o aconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O alerta laranja, que foi ativado após dois dias de alerta amarelo (em uma escala de quatro na qual o vermelho é o mais grave, antecedido do laranja, amarelo e azul), obriga as indústrias a reduzir ou paralisar sua produção e que as obras parem o transporte de materiais e esbanjamentos.
Além disso, se proíbe a circulação de caminhões pesados pelas estradas e se iniciou a revisão das licenças das fábricas de carvão, a principal fonte de energia da China e um dos maiores poluentes, e também das populares grelhas ou grades de assar carne.
Por sua parte, o Ministério de Proteção Ambiental recomendou aos grupos mais vulneráveis, as crianças e os idosos, que permaneçam em casa até que melhore a situação.
A forte poluição que assola Pequim e outras partes do norte da China coincide com o início da Cúpula do Clima em Paris, para onde hoje viajou o presidente Xi Jinping.
A segunda economia mundial busca um acordo vinculativo em Paris que revise os objetivos nacionais a cada cinco anos, como estabeleceu com a França, apesar de os novos números de consumo de carvão oficiais (que implicam em 17% mais de queima de carvão ao ano desde 2000) despertarem dúvidas sobre a capacidade da China de comprometer-se.

 

Sala secreta de tumba de Tutancâmon abrigaria Nefertiti

 
Autoridades egípcias informaram que estão "90% certos" de que há uma sala escondida na tumba do rei Tutancâmon, e que ela poderia abrigar o túmulo da rainha Nefertiti.
Os restos de Tutancâmon, que pode ter sido filho de Nefertiti, foram encontrados em 1922. Ele morreu há 3 mil anos, aos 19 anos.
A tumba dele foi a mais preservada já descoberta no Egito - cerca de 2 mil objetos foram encontrados dentro dela. Mas seu modelo sempre intrigou especialistas - em particular devido o seu tamanho, menor do que os túmulos de outros reis.
O arqueólogo Nicholas Reeves acredita que os restos de Tutancâmon podem ter sido levados para uma parte externa do que era originalmente a tumba da rainha Nefertiti.
"Claramente, parece que, com os dados do escâner, a tumba segue, como pensávamos", disse Reeves em coletiva de imprensa com o ministro de Antiguidades egípcio, Mamdouh al-Damati, no sábado, segundo a agência AFP.
 
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"Se eu estiver certo é uma continuação - um corredor - da tumba, que terminará em outra câmara funerária", disse ele.

 
Os dados obtidos por aparelhos escâner serão enviados ao Japão para novas análises.
Reeves desenvolveu sua teoria após especialistas em preservação espanhóis terem sido contratados para produzir escâneres detalhados da tumba de Tutancâmon.
Os escâneres foram, então, usados para produzir uma reprodução da tumba perto do Vale dos Reis, em Luxor, no Egito.
Enquanto analisava os escâneres em fevereiro, Reeves avistou o que acreditava ser marcas indicando onde dois corredores poderiam estar.
O arqueólogo da Universidade do Arizona disse acreditar que Nefertiti possa estar nesta sala. Segundo ele, há indícios no desenho da tumba que indicam que ela foi concebida para armazenar os restos de uma rainha, não um rei.
 

sábado, 28 de novembro de 2015

Países discutem novo acordo climático

Rapaz com venda no olho que diz "caos climático" em protesto contra mudanças climáticas
 
O mundo já sente os efeitos das mudanças climáticas que podem piorar ao longo deste século se não forem tomadas medidas para combatê-las. Secas severas e prolongadas em alguns locais e chuvas torrenciais que causam alagamentos e resultam em perdas humanas e econômicas podem ser cada vez mais intensas.
Na tentativa de reverter esse quadro, 195 países e a União Europeia, membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC na sigla em inglês), estão comprometidos a fechar um novo acordo global climático na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21), entre 30 de novembro e 11 de dezembro, em Paris, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global.
O principal objetivo é conter o aumento da temperatura média da Terra em 2 graus Celsius (ºC) até 2100, em relação aos níveis pré-Revolução Industrial. A meta de 2 ºC, acordada na COP de Copenhague, em 2009, é considerada razoável para evitar catástrofes climáticas.
Para o secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, se o aumento da temperatura não ficar no limite de 2ºC, as consequências serão muito severas. “Com menos de 1ºC de aquecimento já temos, toda semana, uma má notícia em algum lugar do mundo, inclusive no Brasil, de acidentes ligados a climas mais extremos, chuvas fortes, secas que se intensificam, tornados, deslizamentos de terra. Isso vem acontecendo com frequência e intensidade maior nos últimos anos e tende a se agravar, mesmo dentro do limite dos 2ºC”, disse.
Estudo do Instituto Meteorológico britânico (Met Office) apontou que as temperaturas médias globais na superfície terrestre em 2015 vão superar, pela primeira vez, em 1°C os níveis verificados na era pré-industrial.
O Acordo de Paris deve entrar em vigor em 2020 em substituição ao Protocolo de Quioto. Válido desde 2005, Quioto prevê metas de redução de gases que provocam o aquecimento global para 37 países desenvolvidos.
Países desenvolvidos e em desenvolvimento apresentaram este ano as Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs na sigla em inglês), um conjunto de metas de redução de gases de efeito estufa.
A Organização das Nações Unidas, entretanto, considerou os compromissos voluntários apresentados pelos países insuficientes para evitar a alta da temperatura.
A organização analisou 146 INDCs e concluiu que, mesmo que os países implementem totalmente as medidas que aprovaram, a elevação das temperaturas atingirá 2,7 ºC.
Segundo o diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores, ministro Raphael Azeredo, a comunidade internacional sabe que as metas apresentadas não são suficientes.
“Todo mundo sabe de antemão que vai ter um gap [brecha]. Politicamente você entra na questão de como é que vai preencher esse espaço, esse vácuo entre o que vai ser feito e o que é necessário que seja feito, quando você compara com os cenários propostos pelo IPCC [Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas]”.
Para o Observatório do Clima, é importante que a COP de Paris abra um processo de revisão, já que as metas apresentadas serão cobradas a partir de 1º de janeiro de 2021. “Que ela prepare um processo para que essa ambição que falta hoje seja adicionada ao longo do tempo, já que existe a proposta de revisão de metas até 2020, daquilo que se tornar compromisso de fato, e de revisões sistemáticas ao longo do tempo”, disse Carlos Rittl.

COP21: manifestantes pedem medidas contra mudança climática

Ativistas filipinos usam máscaras de caveira durante protesto contra o aquecimento global em Quezon, na região metropolitana de Manila, neste sábado (28) (Foto: Erik De Castro/Reuters)
 
Milhares de pessoas protestaram neste sábado (28), em diferentes cidades ao redor do mundo, para reivindicar um acordo ambicioso contra a mudança climática, às vésperas da Conferência de Paris, a COP21, organizada sob um forte esquema de segurança após os atentados de 13 de novembro.
O que é a COP21?
A partir do próximo domingo (29), cerca de 150 chefes de Estado e de Governo vão participar da cúpula do clima em Le Bourget, ao norte de Paris. O evento reunirá pelo menos 40 mil participantes, entre eles 10 mil delegados de 195 países, além de cientistas, observadores, jornalistas e visitantes.
Barack Obama (Estados Unidos), Xi Jinping (China), Angela Merkel (Alemanha) e Enrique Peña Nieto (México) estão entre os líderes esperados.
O objetivo da conferência é limitar o aquecimento a 2ºC em relação à era pré-industrial, reduzindo as emissões poluentes que causam a mudança climática.
Manifestações
Depois da primeira passeata, realizada sexta-feira na cidade australiana de Melbourne, cerca de 3 mil estudantes, ativistas e religiosos foram às ruas nas Filipinas para exigir a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O arquipélago tem-se tornado cada vez mais alvo de devastadores tufões, um dos efeitos da mudança climática.
"Protejam nossa casa comum" e "Justiça climática" eram alguns dos slogans nos cartazes dos manifestantes nas ruas de Manila.
"Queremos enviar uma mensagem ao resto do mundo, em particular aos líderes do planeta que participam da Conferência sobre o Clima: nossa sobrevivência não é negociável", afirmou porta-voz do Movimento dos Povos Asiáticos sobre a dívida e o desenvolvimento.
Em Bangladesh, um dos países mais pobres da Ásia ameaçado por inundações, cerca de 5 mil pessoas pediram ação imediata. Em Brisbane, na Austrália, e na Nova Zelândia, vários ativistas também protestaram.
Milhares de manifestantes são esperados em diferentes atos em outras cidades asiáticas, assim como em Johannesburgo e em Edimburgo. Para domingo, foram convocadas mobilizações em Seul, Londres, Madri, Rio de Janeiro e Nova York, entre outras cidades.
Depois dos atentados de 13 de novembro, a França decretou estado de emergência, reforçou o controle de suas fronteiras e deslocou forças de segurança para pontos sensíveis.
Cerca de 10 mil homens das forças de segurança foram enviados para Paris para proteger a COP21. Desse efetivo, 2.800 agentes estarão estacionados no local da conferência, organizada no parque de exposições aeronáuticas Le Bourget.
 G1 Natureza
 

Armazenar CO2 sob a terra é técnica ambiciosa, mas de difícil aplicação

Usina termelétrica e projeto de mineração de carvão em  Jaenschwalde, na Alemanha (Foto: Patrick Pleul/DPA/AFP)

 
Armazenar o CO2 debaixo da terra é, segundo os especialistas, uma técnica indispensável para a luta contra o aquecimento global, mas seus custos e a falta de estímulos financeiros dificultam sua colocação em prática.
"Há cerca de 50 milhões de toneladas já armazenadas, mas representam apenas 0,06% do que deveria haver antes de 2050", segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), recorda à AFP Isabelle Czernichowski-Lauriol, presidente emérita da CO2GeoNet, uma rede de 16 grupos de investigação europeus.
Além de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, a AIE acredita ser necessário enterrar 90 bilhões de toneladas de CO2 emitidas pela indústria para limitar o aquecimento a um máximo de 2°C em relação à era pré-industrial, o objetivo do comunidade internacional que se reunirá em dezembro em Paris para a conferência COP21.
Se a temperatura subir mais de 2°C, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC por sua sigla em Inglês) acredita que, em muitas partes do planeta, as populações não serão capazes de se adaptar.
Desta forma, faz-se necessário o CCS (sigla em inglês para a captura e armazenamento de CO2) para respeitar esse objetivo, especialmente porque em países como a China e a Índia as usinas de carvão, altamente poluentes, tardam a desaparecer.
Esta tecnologia envolve a captura de CO2 nas chaminés das indústrias e armazenamento em um local apropriado, com um poço de petróleo esgotado ou camadas profundas de água salina.
Nos anos 2000, foram lançados diversos projetos-piloto, mas o entusiasmo por esta técnica diminuiu, em parte por causa do custo e da falta de estímulos financeiros, tais como os impostos sobre as emissões de carbono.
"O custo é um dos principais obstáculos", confirma Samuela Bassi da London School of Economics.
Em 2013, um enorme projeto na refinaria de Mongstad (Noruega) foi abandonado. E em 2014 o grupo energético sueco Vattenfall decidiu abandonar o armazenamento de CO2 depois de investir muito dinheiro.
Existem atualmente cerca de vinte grandes projetos de armazenamento industrial em curso ou prestes a começar.
"Há alguns anos, acreditávamos que teríamos 100 projetos operacionais em 2020, mas, no final, haverá apenas cerca de 30", explica Isabelle Czernichowski-Lauriol.
De acordo com a pesquisadora, os únicos projetos rentáveis são aqueles associados a um poço de petróleo: o CO2 capturado é reinjetado nos poços antigos, onde os restos de petróleo bruto podem ser recuperados e, assim, cobrir o custo de armazenamento.
No Canadá, existem dois grandes projetos de armazenamento, uma na central de carvão de Boundary Dam, inaugurado em 2014, e outro chamado Quest, alimentado pela Shell.
Nos Emirados Árabes Unidos está prevista em 2016 a criação de um local de armazenamento, juntamente com uma fábrica de aço.
Existem também vários projetos na China, que ainda precisam ser aprofundados.
Além do financiamento, outro problema é identificar com precisão os potenciais locais de armazenamento para determinar "a quantidade de carbono que pode ser armazenado indefinidamente", afirma Henri de Waisman, especialista em política climática no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (Iddri) em Paris.
Diante dessas dificuldades, as ONGs se opõem a esta técnica e consideram que seria melhor investir esse dinheiro em energia renovável e eficiência energética.
Mas, segundo Henri Waisman, "o CCS não será uma solução milagrosa, mas tampouco o é a eficiência energética", para a qual "há a necessidade de um máximo de pesquisa nos próximos anos."

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Análise indica presença de arsênio e chumbo na água do Rio Doce

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Relatório divulgado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) acusou a presença em larga escala de metais pesados como arsênio, chumbo e cádmio no Rio Doce depois que o curso d'água foi atingido pelos rejeitos de minério de ferro da barragem da Samarco que se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no dia 5.

O levantamento foi feito entre os dias 7 e 13 de novembro ao longo do rio, no sentido foz, entre os municípios de Rio Doce, o ponto mais próximo a Bento Rodrigues, e Aimorés, já na divisa com o Espírito Santo. Ao todo foram analisadas 12 amostras de água.
Em relação ao arsênio, a presença do metal teve a alta mais expressiva registrada em Belo Oriente, Região Leste de Minas, município que fica entre Ipatinga e Governador Valadares, no médio Rio Doce. A amostra colhida no local, em 8 de novembro, apontou índice superior a 0,10 miligramas por litro (mg/l). O volume normalmente encontrado no ponto de coleta é próximo de zero. A ingestão em excesso de arsênio pode causar feridas com difícil cicatrização e câncer.
Na mesma região e data foram encontrados níveis elevados de cádmio. A amostra apresentou quase 0,016 mg/l. No local, o valor comum para o metal também é próximo de zero. Antes, no dia 7, no município de Marliéria, que fica a montante, foi registrado volume de cádmio de 0,013 mg/l. O elemento é muito utilizado na produção de baterias e, se ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode provocar danos a órgãos como fígado e rins.

Quanto ao chumbo a quantidade mais elevada do metal foi encontrada em Ipatinga, 1,65 mg/l, em 8 de novembro. A incidência em condições normais do elemento na região também é próxima de zero. A ingestão do metal pode provocar distúrbios gastrointestinais, no curto prazo, e anemia e problemas neurológicos, no longo prazo.

Estes 10 países têm as maiores reservas de petróleo no mundo

Plataformas de petróleo

Senhores do petróleo:

 As reservas globais de petróleo provadas atingiram 1,7 trihão de barris no final de 2014, quantidade suficiente para garantir exatos 52 anos e 5 meses de produção mundial de energia.
Os dados são da edição 2015 do relatório estatístico anual da BP, documento de referência para o setor. Segundo o estudo, ao longo da última década, as reservas globais de petróleo cresceram 25%.
Os países da Opep continuam a dominar o ranking, controlando 71,6% das reservas mundiais.
Atualmente, o Brasil aparece em 15º, com 16,2 bilhões de barris, o equivalente a 1% das reservas globais provadas de petróleo. Em 1994, essa taxa era de 5,4 bilhões de barris.
Na lista geral, o país está atrás da China (1,1% das reservas), Catar (1,5%), Cazaquistão (1,8%) e Nigéria (2,2%).
Veja nos slides onde estão as 10 maiores reservas de petróleo no mundo, segundo o estudo da BP, que leva em conta os dados de 2014, os mais recentes disponíveis.
 
Veja onde estão as 10 maiores reservas de petróleo no mundo, segundo o estudo da BP, que leva em conta os dados de 2014, os mais recentes disponíveis:
 
1° Venezuela -
Participação mundial - 17,5%
 
Refinaria Venezuela
 
2° Arábia Saudita -
Participação mundial - 15,7%
 
Refinaria na Arábia Saudita
 
3° Canadá -
Participação mundial - 10,2%
 
Exploração de petróleo no Canadá
 
4° Irã --
Participação mundial - 9,3%
 
Campo de petróleo
 
5° Iraque -
Participação mundial - 8,8%
 
Refinaria de petróleo no Iraque
 
6° Rússia -
Participação mundial - 6,1%
 
Produção de petróleo
 
7° Kuwait -
Participação mundial - 6%
 
Refinaria de petróleo no Kuwait
 
8° Emirados Árabes Unidos --
Participação mundial - 5,8%
 
Emirados Árabes Unidos
 
9° Estados Unidos -
Participação mundial - 2,9%
Refinaria de petróleo nos EUA
 
10° Líbia -
Participação mundial - 2,8%
 
Líbia
 
15° Brasil
Participação mundial - 1%
 
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Mudanças climáticas podem provocar perda descontrolada de gelo na Antártida

 
A Antártida corre o risco de perder de forma descontrolada suas camadas de gelo diante de qualquer variação climática, o que provocaria uma elevação significativa do nível dos oceanos, alertou um estudo divulgado nesta sexta-feira.
Uma equipe da Universidade de Victoria, na Nova Zelândia, percebeu um rápido afinamento da Camada de Gelo Oriental da Antártica após estudar as marcas em rochas em diferentes níveis de altitude.
Segundo um comunicado da universidade neozelandesa, as imagens feitas pelos satélites mostram que algumas partes das camadas de gelo antártico estão afinando por causa do aquecimento dos oceanos.
"A descoberta é muito importante para prever a futura contribuição da Antártida às mudanças dos níveis do mar", disse o chefe da equipe de pesquisadores, Richard Jones.
A principal preocupação é a possível "instabilidade da camada de gelo marinha", pois um retrocesso de seus contornos poderiam dar lugar a uma perda instável de gelo.
Esta instabilidade pode ser provocada pelo menor aumento da temperatura.
"Pode ser necessária somente uma pequena variação climática para dar início a uma perda descontrolada de gelo capaz de continuar por séculos ou milênios", advertiu Jones. O estudo foi publicado na revista "Nature".
Os especialistas garantem que a Camada de Gelo Oriental tem gelo suficiente para elevar o nível dos oceanos em dezenas de metros.

Australianos fazem manifestação contra mudança climática

 
Milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira na cidade de Melbourne, na Austrália, para que os líderes mundiais fechem um acordo para combater a mudança climática na Cúpula do Clima de Paris.
A manifestação reuniu 60 mil pessoas, segundo os organizadores, e 40 mil, de acordo com as autoridades locais.
A maioria dos australianos quer ações contra a mudança climática. Eles se deram conta de que não é um conceito teórico, afeta a vida cotidiana e querem que algo seja feito", disse o presidente da Fundação de Conservação da Austrália, Geoff Cousins, segundo a emissora "ABC".
Os participantes levaram cartazes com mensagens direcionadas aos líderes mundiais ("Menos palavras, mais ação" e "Justiça climática"), pedindo a proteção do meio ambiente ("Não temos outro planeta") e em defesa das espécies ameaçadas ("As tartarugas precisam de um clima seguro").
Os 195 países signatários da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) estarão reunidos em Paris a partir da próxima segunda-feira para participar de Conferência das Partes (COP21) e pensar soluções para combater o aumento da temperatura do planeta.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê que, caso nada seja feito, a temperatura média mundial subirá de 3,7 a 4,8 graus até o ano 2100, em comparação ao nível que existia antes da Revolução Industrial. Isso terá impacto direto na fauna, na flora e no nível do mar, além da proliferação de fenômenos climáticos extremos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Amazônia tem aumento de 16% no desmatamento em relação a 2014

Equipes de fiscalização têm encontrado áreas abertas na mata com toras de madeira extraída ilegalmente da reserva (Foto: Fiscalização/Divulgação)
 
O Ministério do Meio Ambiente divulgou na tarde desta quinta-feira (26) os dados oficiais do desmatamento da Amazônia do sistemas Prodes, medidos entre agosto de 2014 e julho de 2015. Houve aumento de 16% na taxa de desmatamento em comparação ao ano anterior (crescimento de 5012 km² a 5831 km²), e os estados de Mato Grosso (40% de aumento), Amazonas (54%)  e Rondônia (41%) foram os que mais puxaram para cima esse aumento.
O Amazonas, que teve aumento de 54% na taxa de devastação anual, foi o estado que registrou maior aceleração. Segundo a ministra Izabella Teixeira, há ilegalidades acontecendo em determinadas regiões do estado e a pasta estuda a criação de novas unidades de conservação para conter as derrubadas. O Pará, que é o estado que mais desmata a Amazônia em números absolutos, teve seu índice estável em relação ao ano anterior, ainda que em um patamar alto.
Diferenças entre sistemas Existem diferentes sistemas de monitoramento do desmatamento da Amazônia. Todos eles são feitos por técnicos que observam imagens de satélite seguindo diferentes metodologias. O Prodes, divulgado nesta quinta, é o dado oficial anual, mais preciso. O Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) é produzido mensalmente pelo Inpe e, como é mais rápido, não se destina a medir áreas, mas detectar focos de derrubadas de floresta para que as autoridades sejam acionadas a tempo.
Cerrado desmatado
Na quarta-feira, foram divulgados pelo governo os dados do Terraclass Cerrado 2013, projeto destinado ao mapeamento do uso da terra e da cobertura vegetal desse outro bioma, também com dados coletados pelo Inpe. Os resultados revelam que 54,5% do cerrado mantém sua vegetação natural. As áreas de pastagens ocupam 29,5% do bioma, enquanto a agricultura anual representa 8,5% e as culturas perenes, 3,1%, totalizando 41,1% do uso da terra.

2015 conquista antecipadamente título de ano mais quente já registrado

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Michel Jarraud, anuncia o ano  (Foto: Denis Balibouse/Reuters)
 
Um mês e cinco dias antes de o ano acabar, 2015 já conquistou o título de ano mais quente já registrado, afirmou nesta quarta-feira (25) a OMM (Organização Meteorológica Mundial). Os culpados são o fenômeno El Niño e o aquecimento global.
O relatório antecipado da OMM sobre o ano diz que o 2015 já ultrapassou 2014, configurando dois recordes sucessivos. É virtualmente impossível que dezembro seja frio o suficiente para que 2015 perca o recorde, diz a organização.
A notícia sai uma semana antes de chefes de estado e de governo se reunirem em Paris para tentar negociar um acordo para lutar contra a mudança climática.
"Tudo isso é má notícia para o planeta", afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, em comunicado.
O recorde não surpreendeu: cientistas da NOAA (Agência Nacional para Oceanos e Atmosfera dos EUA) já alertavam que o ano estava em vias de bater o recorde de 2014.
Marco simbólico
Dados independentes recolhidos pela OMM, Nasa e pelo governo do Japão indicavam a mesma tendência. A temperatura média do planeta neste ano está em 14,57°C, a maior desde o início dos registros em 1880.
"Eu diria que isso é certo", afirma Deke Arndt, chefe do monitormanto de clima da NOAA. "Algo com uma capacidade maciça de alterar a situação teria de acontecer para que o recorde não seja quebrado."
Jarraud também diz que é provável que o mundo já tenha atingido um acréscimo de 1°C em relação a temperatura média pré-revolução industrial. É um marco simbólico: líderes internacionais estabeleceram a meta de impedir um aquecimento de 2°C em relação ao período pré-industrial.
"Isso resume bem onde estamos", afirma Gavin Schmidt, chefe do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa. "2015 será excepcional de muitas maneiras."
O planeta está aquecendo por causa de gases de efeito estufa, que aprisionam calor na atmosfera. Além disso, o El Niño -- um evento periódico natural caraterizado pela ausência de ventos que resfriam a superfície do Pacífico --  está particularmente forte em 2015.
O novo relatório da OMM é um Atlas de clima extremo, descrevendo ondas de calor no Paquistão e na Índia, onde temperaturas já ultrapassaram os 45°C, e tempestades como o furacão Patricia no México. Enxurradas varreram áreas nos EUA, México, Bolívia, Malaui, Zimbábue, Moçambique. Secas atingiram os EUA, Europa Central, Rússia e Sudeste Asiático.
 

A nova arma transgênica para acabar com a malária

Parasita seria genteticamente distinto de outros tipos achados em diferentes partes do mundo
 
Cientistas americanos criaram um mosquito geneticamente modificado que pode resistir à infecção por malária.
Pesquisadores acreditam que, se os testes fora do laboratório forem bem-sucedidos, o inseto transgênico pode se tornar alternativa para impedir a transmissão da doença para os humanos.
Usando um método conhecido como Crispr, os cientistas inseriram um gene no DNA de mosquitos que impediu a infecção pelo protozoário causador da malária.
Quando os insetos procriaram, a prole herdou a mesma resistência dos pais, informou o estudo, publicado na revista científica PNAS .
Em teoria, se esses mosquitos picarem as pessoas, a doença não seria transmitida, acrescentaram os cientistas.
Cerca de 3,2 bilhões de pessoas ─ ou metade da população mundial ─ correm risco de contrair malária.
Telas de proteção, inseticidas e repelentes podem ajudar a conter os insetos e medicamentos são administrados a quem contrai a doença. Ainda assim, a malária mata cerca de 580 mil pessoas por ano.

'Papel primordial'

Cientistas vêm buscando novos meios para combater a malária.
A equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia diz acreditar que o mosquito transgênico poderia desempenhar um papel primordial em interromper a transmissão do vírus.
Para criar o inseto transgênico, os cientistas usaram um tipo de mosquito encontrado na Índia, o Anopheles stephensi .
De acordo com Anthony James, responsável pelo estudo, um novo código de DNA foi inserido no genoma do mosquito para torná-lo menos propenso a hospedar o parasita da malária.
O DNA, que inclui os anticorpos que combatem o parasita, foi herdado por quase 100% de todo a prole dos mosquitos e por várias gerações.
Os pesquisadores acreditam que as descobertas geram esperanças de que o mesmo método possa ser usado em outras espécies de mosquitos.
Embora não seja a única solução para erradicar a malária, o inseto seria uma arma adicional, dizem eles.
David Conway, especialista britânico da London School of Hygiene & Tropical Medicine, disse: "Não se trata de um produto acabado mas certamente parece promissor. Parece ser uma alternativa para este problemas por vias genéticas".
Outros cientistas pretendem usar mosquitos geneticamente modificados para deixá-los inférteis e, assim, erradicar a doença. Mas alguns especialistas temem que eliminar inteiramente os mosquitos pode gerar consequências inesperadas e não desejadas.
Nesse sentido, substituir os mosquitos transmissores da doença por espécies inofensivas é uma alternativa potencial.
BBC Brasil

Ibama registra 9 toneladas de peixes mortos no rio Doce-MG


 
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) registrou nove toneladas de peixes mortos, que foram retirados do leito do rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo, em decorrência da lama que vazou após rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
De acordo com as informações do instituto, somente na localidade do rio situado em Minas, foram recolhidas seis toneladas de peixes mortos e na região do Espírito Santo, outras três toneladas foram retiradas.
 

Nasa acredita ter descoberto mistério sobre megaestrutura alienígena


No mês passado, a identificação de uma estrela enigmática emitindo misteriosos padrões de luz incentivou os cientistas a cogitar a possibilidade de vida alienígena naquele local. Um deles até mencionou que o comportamento estranho e incomum da estrela lembrava um "enxame de megaestruturas", a uma possível civilização de ETs.
Como refere a BBC Brasil, a Nasa (agência espacial americana) estava monitorando a estrela há quatro anos, chamada KIC 8462852, e constatou padrões estranhos de luminosidade em 2011 e em 2013.
Recentemente, achados da agência sugerem a hipótese de que a aparência da estrela provavelmente seja causada por uma família de cometas viajando em uma órbita longa e rara em torno dela, conta a publicação.
A luz da estrela foi bloqueada em 2011 pois à frente da família haveria um enorme cometa, que foi detectado pela missão Kepler da Nasa. Já em 2013, houve novementa o bloqueio da luz da estrela e os padrões luminosos, pois o restante da família, fragmentos de cometas de diferentes tamanhos, teriam passado novamente em frente à estrela.
Alienígenas
Após a identificação da estrela, o astrônomo Jason Wright, da Universidade da Pensilvânia, referiu que parecia "algo que você esperaria ser construído por uma civilização alienígena".
Tabetha Boyajian, pesquisadora na Universidade de Yale, disse se tratar de "algo nunca visto".
Ainda de acordo com a BBC, pesquisadores utilizaram luz infravermelha para detectar movimento de calor em torno da estrela. No entanto, os cometas não estavam visíveis nas observações feitas neste ano. Por isso, o caso ainda está em aberto.
"Nós talvez ainda não saibamos o que está ocorrendo em torno dessa estrela, e é isso que a torna tão interessante", afirmou o astrofísico Massimo Marengo, que conduziu o estudo da Nasa, baseado em dados do telescópio espacial Spitzer.
Marengo explica que serão necessárias maiores observações para esclarecer o caso da KIC 8462852.
"Essa é uma estrela muito estranha, que me lembra quando descobrimos os pulsares (estrelas de nêutrons que emitem ondas de rádio). Eles estavam emitindo sinais estranhos que ninguém havia visto, e o primeiro a ser descoberto foi batizado LGM-1 (iniciais de 'pequeno homem verde', na sigla em inglês)".
BBC.com

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A mudança climática pode quebrar um país?

 
As chuvas intensas chegaram a Dominica após uma estação extraordinariamente seca. A combinação de rachaduras no solo ressecado e chuvas torrenciais desencadeou deslizamentos e desprendimentos de encostas, causando danos importantes em estradas, pontes, casas e campos de cultivo.
Em poucas horas, os fortes ventos e as chuvas destruíram obras de infraestrutura que o pequeno país, de pouco mais de 70.000 habitantes, levará mais de cinco anos para recuperar a um ritmo normal de investimento.
Os danos e perdas totais são estimados em 483 milhões de dólares (1,8 bilhão de reais), equivalentes a 90% do Produto Interno Bruto (PIB) de Dominica, segundo a avaliação rápida de danos e impactos realizada pelo governo da ilha em conjunto com o Banco Mundial, a União Europeia, a ONU e outros sócios.
O fenômeno – ocorrido poucas semanas atrás – também deixou 11 pessoas mortas, interrompeu o fornecimento de energia elétrica e água potável e obrigou o fechamento do aeroporto. É um golpe importante para esta economia pequena, que acabava de retomar o crescimento graças à recuperação do setor turístico na região.

Pequenos e ameaçados

Cada vez mais, os pequenos países insulares do Caribe, como Dominica, enfrentam incidentes climáticos extremos. Muitos cientistas atribuem à mudança climática o aumento no número e na intensidade de furacões e tempestades.
De acordo com o estudo Baixemos a Temperatura, do Banco Mundial, estima-se que o número de furacões severos terá um aumento de 40%, duplicando a intensidade dos atuais, se a temperatura subir 2 graus centígrados. E de até 80% se a temperatura subir 4 graus. Junto com o incremento do nível do mar, isto terá efeitos devastadores, especialmente no Caribe.
Uma exposição cada vez maior aos desastres naturais representa uma ameaça real às perspectivas de desenvolvimento caribenho. Isto se tornou a maior prioridade dos governos da região, que participam das negociações climáticas internacionais prévias à 21a Conferência do Clima (COP21), que será realizada em Paris dentro de duas semanas. Os governos contam com o apoio das organizações internacionais de desenvolvimento que operam na região.
Um estudo prévio do Mecanismo de Seguros contra Riscos Catastróficos do Caribe (CCRIF, na sigla em inglês) revelou que as perdas anuais decorrentes de ventos e inundações interiores chegariam a 6% do PIB em alguns países da zona. A mudança climática tem o potencial de exacerbar esses riscos, acentuando as perdas entre 1% e 3% do PIB até 2030.

“Precisamos de ajuda”

Enquanto Dominica estabelece as prioridades para a recuperação e a reconstrução, o foco é criar infraestrutura com capacidade de captar investimentos para reduzir o risco de inundações e desmoronamentos.
Semana passada, o governo de Dominica organizou uma conferência com doadores para ajudar a ilha e conservar as conquistas socioeconômicas que tanto esforço exigiram nos últimos dez anos.
“Acreditamos que não se trata apenas de construir estradas, casas e dar a chave para os moradores... Não temos a experiência suficiente nesta ilha para avançar nesta direção e, portanto, dependemos muito de nossos parceiros. Todos expressaram um forte interesse e a intenção de nos proporcionar orientação e ajuda”, afirmou o primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, após a conferência.
Esses são objetivos comuns compartilhados por muitos pequenos estados insulares da região. A pergunta agora é se o acordo de Paris propiciará instrumentos adicionais para responder ao risco crescente de mudança climática no Caribe.
EL País.com