Há muito se fala sobre este assunto: A redução do peso das emissões da pecuária passa pelo aprimoramento da produção, com o manejo moderno das áreas de pastagens e cuidados na alimentação dos animais.
Embora parte da culpa seja empregada aos bois e ao metano que emitem por meio de seu processo digestivo, o impacto da pecuária no ambiente é muito complexo.
Um dos grandes nós, senão o primeiro a ser resolvido é o desmatamento. Áreas de floresta como a Amazônia, transformadas em campos para o gado ou em lavoura são responsáveis por cerca de 75% do CO2 emitido em terras brasileiras, sem contar as inúmeras perdas quando o tema é biodiversidade. Além disso, 90% do N2O e do metano, dois gazes de efeito estufa, liberados pelo país na atmosfera vêm da mesma atividade.
Para tentar minimizar questões como esta o governo federal lançou um programa que deve oferecer financiamento para possibilitar o aprimoramento das técnicas usadas no campo. Uma grande frente está focada justamente nas áreas com pastagens degradadas.
Também no projeto, o plantio direto na palha, que preserva os nutrientes no solo, e a integração lavoura pecuária, uma técnica com mais eficiência e que promete redução nas emissões em diversas regiões do país.
Hoje, o Brasil tem cerca de 204 milhões de cabeças de bovinos e búfalos. E, 173 milhões de hectares são dedicados à pecuária. A vegetação ideal para o desenvolvimento da pecuária é o campo natural. O principal agente de impacto é seu manejo inadequado!
O gado se alimenta de plantas rasteiras e fica solto no campo. Com manejo adequado, a pecuária preserva o campo e produz carne de excelente qualidade. A superlotação de cabeças e a ausência de espécies diversas de gramíneas podem prejudicar o solo e a alimentação dos animais.
Áreas de pastagens de baixa qualidade podem emitir uma quantidade significativa de CO2. O uso de herbicidas para alterar o pasto pode contaminar o solo e, ainda, atingir os lençóis freáticos.
No entanto, o gado ao se alimentar mais vai emitir uma quantidade maior de metano, mas, a área aberta facilita a dispersão desse gás ou a interação com a água.
O metano é produzido principalmente no processo fermentativo. A metanogênese, que transforma ácidos em CO2 e metano, é a última etapa do processo de biodigestão e depende de vários fatores.
Outro fator de peso é a flora microbiana do animal. Uma flora rica em micro-organismos tende a produzir mais gases. A princípio, animais que ingerem menos água produzem uma quantidade um pouco maior de metano. A quantidade de alimento e a periodicidade que o boi come também são fatores importantes.
Para o professor do Departamento de Economia da PUC-RJ, Sergio Besserman, nos próximos anos, a emissão dos gases deve entrar nos preços da economia de mercado, o que pode inviabilizar o atual modelo de pecuária. Por isso, pensar em novas tecnologias e alternativas competitivas é fundamental. A criação de gado com florestas comerciais, como as de eucalípto, é uma possibilidade que caminha ao lado do confinamento dos animais.
Há um longo caminho a ser percorrido até a informação chegar ao campo e ser desenvolvido o manejo ideal!!!
Fonte: J. Zero Hora
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