A previsão dos próximos conflitos políticos no mundo pode ser muito mais precisa com o uso de um modelo desenvolvido por dois professores da Universidade do Kansas e um colega da Universidade de Binghamton, em Nova York.
O método, chamado de "Indicadores de previsão social de modelos de radicalismo e violência política", atualmente tem tido um acerto de 100% nas previsões sobre quais países vão provavelmente enfrentar uma escalada de violência política contra seus governos nos próximos 5 anos.
Até agora, o sistema conseguiu prever a agitação civil no Peru, na Irlanda, no Equador, na Itália e, o acerto mais recente, a Tunísia. O Irã está no topo da lista.
"O modelo tem sido bastante preciso até o momento. O interessante é que o nosso modelo prevê tanto a violência em países como Honduras e Irã quanto nas democracias ocidentais", disseram seus idealizadores, Sam Bell, Amanda Murdie e David Cingranelli.
Para criar esse método, os pesquisadores construíram um banco de dados com informações publicamente disponíveis sobre 150 países. Eles contém a frequência e a intensidade da violência política em cada local entre 1990 e 2009. Essa violência inclui desde protestos passivos que se transformaram em agressões físicas até bombardeio numa embaixada.
Apesar de outros modelos de previsão terem sido criados, segundo os pesquisadores, esse é um dos mais abrangentes, pois considera fatores como repressão, auxílios governamentais a ONGs, ajuda para reforçar a segurança e uso da internet e telefone celular.
Para antever a violência política, três conceitos são levados em conta: Coerção, coordenação e capacidade. Coerção é definida por violação dos direitos físicos, o que aumenta a motivação dos manifestantes.
O segundo conceito, a Coordenação - é a facilidade com que um grupo pode se mobilizar. Essa coordenação pode rapidamente dispersar ou acelerar ainda mais o grau de agitação política.
A Capacidade -, o terceiro fator -, é a habilidade de um país em estender por todo seu território, o que limita a intensidade da violência contra o governo.
Os pesquisadores também pensam em usar o banco de dados para criar uma avaliação de risco para o terrorismo contra cidadãos.
Embora o atual modelo opere em um nível macro, eles acreditam que seja possível isolar alguns países e agregar um período de tempo muito menor em relação à atual previsão.
Fonte: Estadão.com
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