A World Future Society (WFS) é uma entidade que tem o objetivo de investigar como as mudanças tecnológicas, econômicas e sociais vão desenhar o futuro do planeta. Há poucos dias, a instituição divulgou as suas estimativas para o futuro da humanidade nos próximos 25 anos.
Em atividade há mais de 40 anos, a WFS traça previsões que podem auxiliar a comunidade científica a encontrar alternativas para problemas que podem estar por vir. Compiladas pela EXAME.com as previsões divulgadas recentemente que dizem respeito ao futuro próximo da ciência e da tecnologia.
Algumas são catastróficas, como a existência de uma classe dominante formada por humanos geneticamente modificados ou robôs mais evoluídos que o próprio homem. Outras, porém trazem esperança acerca de assuntos como a exploração energética, por exemplo, e o transplante de órgãos.
Para o bem ou para o mal, deve-se ter em mente que as previsões levam em conta o estado atual de suas respectivas áreas, o que significa que podem virar realidade.
Popularização da energia geotérmica
Atualmente, o uso de energia geotérmica, produzida a partir do calor gerado pela própria Terra, ainda é limitado. Isso porque a maioria das usinas especializadas neste tipo de produção retira o calor de porções próximas à superfície, até cerca de 200 metros de profundidade.
Porém, várias companhias já estudam a possiblidade de ir mais fundo, entre 5 mil e 10 mil metros de profundidade, onde a Terra é significativamente mais quente. A alternativa, segundo a WFS, é estudada como uma das mais promissoras para enfrentar o chamado “pico do petróleo”, ou seja, o momento no qual será inevitável o declínio da sua produção.
A expectativa de especialistas é que apenas uma fração do calor extraído de maiores profundidades possa ser suficiente para abastecer todo planeta.
“Bioimpressoras” para a produção de órgãos artificiais
Tais avanços podem resultar em “bioimpressoras”. Este novo tipo de aparelho poderá fabricar tecido humano a partir das células do paciente. O impacto de uma inovação como essa será sentido não apenas dentro da sala de cirurgia, mas também em bancos de doação de órgãos.
Será possível observar a diminuição da demanda por órgãos em filas de transplantes. Além disso, os riscos de rejeição do que é implantado em uma pessoa, comum nesses casos, também vão diminuir, uma vez que o que for transplantado será produzido a partir do próprio tecido.
Turismo espacial vai crescer
Até 2021, teremos 13 mil passageiros em voos sub-orbitais e serão estes turistas do espaço os responsáveis por gerar mais de 650 milhões de dólares em lucro para as empresas que oferecerem o serviço.
E já existem várias companhias dedicadas em tornar essas viagens mais viáveis, como a Space Adventures, por exemplo. Ela foi a responsável por levar ao espaço em 2001 o primeiro turista espacial da história, o bilionário americano Dennis Tito.
Bom, a WFS acha improvável que o turismo espacial seja acessível à maioria dos terráqueos por uma questão financeira. O próprio Tito pagou uma quantia nada módica para conseguir viajar, cerca de 20 milhões de dólares. O setor, porém, pode impactar positivamente na oferta de empregos com o surgimento de novas áreas de atuação.
Produzir energia solar na Lua será mais barato
No futuro, é possível que seja mais barato gerar e captar energia solar na Lua que na própria Terra. O Japão já estuda a implantação de um sistema que pode vir a fazer isso, o Lunar Ring. O plano é visto como uma alternativa que pode ser o maior empreendimento público já construído na história, mas que poderia se pagar em até 15 anos.
Esta energia limpa, e renovável, pode oferecer 20 trilhões de watts de eletricidade anualmente. É quantidade suficiente para atender as estimativas futuras pela demanda das 10 bilhões de pessoas que possivelmente habitarão a Terra até a metade deste século.
A construção de colônias na Lua será economicamente viável
Segundo a WFS, é perfeitamente possível que, em até 10 anos, a humanidade já consiga construir bases na Lua. Tais colônias serão aptas para produzir materiais para novos produtos. Satélites, por exemplo, poderão ser construídos no espaço.
Isso vai reduzir os custos na Terra para sua fabricação e também lançamento espacial. Previsões estimam que essas fábricas lunares tenham chance de se tornar lucrativas em até 30 anos e continuar rentáveis no longo prazo.
Humanidade geneticamente dividida
Pessoas que tiverem bala na agulha para bancar alterações tecnológicas e científicas, que incluam alterações em seu DNA, podem se tornar tão modificadas que a reprodução com humanos não alterados será impossível. O resultado é que a humanidade poderá então se ver dividida em duas espécies.
Será necessário encontrar soluções para evitar possíveis problemas de exploração, por exemplo, de um grupo sobre o outro, e que podem resultar em novos episódios de segregação. Um caminho, segundo a WSF, é a abolição definitiva do preconceito e o incentivo cada vez maior ao altruísmo.
Robôs mais evoluídos que os homens
É possível, segundo a WFS, que a humanidade não consiga seguir no ritmo evolutivo que robôs e sua inteligência artificial, mesmo com toda a tecnologia disponível. Ao contrário dos seres humanos, os robôs não têm restrições biológicas que possam atravancar o seu desenvolvimento.
O melhor a ser feito, neste caso, é garantir, desde já, a convivência pacífica e amigável entre homem e máquina.
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