Um travesseiro anatômico que proporciona um sono reparador e confortável. Óculos mais resistentes e à prova de riscos. Comida desidratada fácil de preparar. Todos esses produtos têm uma coisa em comum: foram criados ou aperfeiçoados dentro dos laboratórios de uma das instituições mais inovadoras do mundo: a Nasa, a agência espacial americana. Colocar o selo “da Nasa” na embalagem de um produto aumenta sua credibilidade. E é por isso mesmo que o consumidor deve ficar atento para não levar gato por lebre. A mais nova vedete supostamente saída dos tubos de ensaio da agência é a bebida AS10, um suplemento nutricional rico em antioxidantes, produzido pela empresa AmeriScience, dos Estados Unidos, que promete estimular o sistema imunológico, melhorar o nível de energia e até deixar as pessoas mais bonitas, jovens e com pele melhor.
A fama do AS10 começou a se espalhar a partir de uma pesquisa – realizada pelo médico americano Aaron Barson com 50 de seus pacientes – mostrando que o produto diminui rugas e manchas. “Costumo receitá-lo como suplemento nutricional, e as pessoas começaram a perceber uma melhora no aspecto da pele. Fizemos o estudo para ver se a aparência do rosto se beneficiaria mesmo com a ação dos antioxidantes”, disse Barson.
O estudo independente de Barson demonstrou que a ingestão de duas doses de 50 ml ao dia é capaz de reduzir a intensidade das rugas do rosto em 17% e as manchas provocadas pelo Sol em 30%. “Pelas fotos (abaixo) é possível observar uma melhora considerável na pele da paciente”, diz a dermatologista Christiana Blattner, especialista em tratamentos estéticos. Segundo ela, os procedimentos que combatem os radicais livres impedem a oxidação da melanina, funcionando, indiretamente, como um clareador. Além disso, estimulam a produção de colágeno, que confere firmeza à derme.
Esses resultados foram suficientes para que diversos sites começassem a noticiar o “suco espacial da Nasa” como um elixir. Não é bem assim. A associação do produto aos astronautas surgiu porque a bebida foi elaborada a partir de uma pesquisa, realizada pela AmeriScience em parceria com a agência espacial. O estudo comprovou os efeitos positivos de uma dieta farta em micronutrientes e substâncias quimioprotetoras na sobrevida de ratos atingidos por uma dose letal de radiação. “A Nasa não criou o AS10, mas participou da pesquisa que desenvolveu os ingredientes”, afirma David Wilson, representante da AmeriScience no Reino Unido.
Esse estudo deu origem ao “quinteto da Nasa”, um multivitamínico em forma de cápsula consumido por astronautas em missões espaciais. Ele é feito a partir de extratos de uva, chá-verde, romã, vegetais e frutas silvestres. O que a AmeriScience fez foi juntar esse composto ao suco de cinco “superfrutas”, riquíssimas em vitaminas e antioxidantes (entre elas, as tipicamente brasileiras cupuaçu e açaí) e lançar o produto no mercado, ao preço de US$ 180 o kit com quatro garrafas de 750 ml cada uma.
Esse estudo deu origem ao “quinteto da Nasa”, um multivitamínico em forma de cápsula consumido por astronautas em missões espaciais. Ele é feito a partir de extratos de uva, chá-verde, romã, vegetais e frutas silvestres. O que a AmeriScience fez foi juntar esse composto ao suco de cinco “superfrutas”, riquíssimas em vitaminas e antioxidantes (entre elas, as tipicamente brasileiras cupuaçu e açaí) e lançar o produto no mercado, ao preço de US$ 180 o kit com quatro garrafas de 750 ml cada uma.
Ainda que a pesquisa de Barson não tenha a chancela oficial da agência espacial, tenha sido feita com um número reduzido de pessoas e não tenha sido publicada em nenhum periódico acadêmico – o que daria respaldo científico para a aplicação cosmética do AS10 –, as imagens divulgadas pelo médico sugerem que produtos feitos com as “superfrutas” têm potencial para proteger astronautas contra a radiação e desenrugar quem nunca saiu do planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário