A Grã-Bretanha poderá ter de gastar 30 bilhões de libras para limpar rios e reservatórios de água de beber contaminados por hormônios sintéticos de pílulas anticoncepcionais. A última diretiva da União Europeia sobre a água propõe redução drástica destas substâncias químicas, que foram ligadas ao colapso de populações de peixes.
Mas o plano, que envolveria uma atualização do sistema de esgoto e um aumento significativo nas contas de águas de lares, está gerando controvérsia. Empresas de água e farmacêuticas contestam a ciência envolvida e afirmam que os custos são proibitivos. Em contraste, muitos pesquisadores ambientais dizem que a medida é sensata.
O etinil estradiol (EE2), principal ingrediente ativo das pílulas anticoncepcionais, pode causar uma condição conhecida como intersexo em peixes de água doce, o que causa grandes quedas em populações de muitas espécies – embora não tenham sido encontradas ligações com a saúde humana. “Isto não significa que não iremos encontrar impactos no futuro,” disse o toxicologista Richard Owen, da Universidade de Exeter. “Mas vamos esperar para ver os efeitos em humanos, como fizemos com a talidomida, ou vamos agir antes que aconteça?”
No entanto, é difícil impedir que o EE2 tenha efeitos no ambiente ou na saúde. “É uma substância muito potente,” disse Susan Jobling, da Universidade de Bristol. “Ela foi criada para ter efeitos no corpo humano em níveis muito baixos. Isto significa que terá um impacto significativo no ambiente.”
Mais de 2,5 milhões de mulheres tomam pílulas anticoncepcionais no Reino Unido. O conteúdo de EE2 é excretado e vai parar em sistemas de esgotos e rios. Mesmo em concentrações baixas, esta substância tem efeitos daninhos sobre peixes. Machos sofrem redução de esperma, com efeitos severos nas populações, informa o Guardian.
National Geographic
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