O Google revelou na Rio+20 ter criado seu primeiro mapa cultural para o Google Earth. Resultado de um projeto de 5 anos com a tribo Suruí, o mapa consiste de uma coleção de fotos, vídeos e visualizações em 3D que mapeiam a história cultural e a biodiversidade do território suruí, de 600.000 hectares. O mapa é parte de um projeto maior com os índios para documentar e preservar suas florestas e cultura.
“Nós realmente acreditamos que isto seja uma iniciativa pioneira para o Google,” disse Rebecca Moore, gerente de engenharia do Google Earth Engine and Earth Outreach. “O povo suruí e o Google trabalharam juntos para levar a história da floresta para a comunidade global.”
O chefe suruí Almir abordou o Google com a ideia do mapa em uma visita aos EUA em 2007. Desde então, sua tribo vem sendo treinada a usar tecnologia de mapeamento com imagens de plantas e animais de suas terras, assim como de seus locais históricos.
O Google deu aos 1.300 membros da tribo smartphones Android para mapear as florestas e denunciar a exploração ilegal de madeira em seu território. As pessoas estão usando o Open Data Kit do Android para monitorar as fronteiras e a biodiversidade da floresta, e com todos os dados conseguiram estabelecer o primeiro projeto de carbono internacionalmente validado da Amazônia.
Quando a tribo teve seu primeiro encontro com o mundo exterior em 1969, a floresta em torno de seu território era exuberante e densa, mas hoje, como se pode ver no Google Earth, o território suruí se sobressai como uma ilha verde escura em um mar de operações de exploração de madeira. O projeto do Google Outreach irá documentar o plantio de 7.000 hectares de florestas perdidas pela exploração ilegal.
O Google fez o curta Trocando Arcos e Flechas por Laptops: Carbono e Cultura, para contar como foi a história do projeto.
Como o filme sublinha, a tribo suruí percebeu que a tecnologia era uma arma muito mais poderosa para defender a si mesma contra o desflorestamento ilegal do que com a defesa física de suas fronteiras com arcos e flechas. Não apenas smartphones permitiram que eles relatassem imediatamente o desmatamento ilegal e mantivessem um registro atual da saúde de suas florestas – o mapa cultural também permite que eles divulguem a consciência da cultura e biodiversidade de sua terra e a exploração de madeira que os ameaça.
“Toda a informação está chamando atenção para a invasão de nossa terra e dando a nosso povo a responsabilidade pelo seu futuro,” disse o chefe Almir.
Dizem que apenas podemos proteger o que sabemos que existe, e assim o uso da tecnologia para levar estes mapas culturais para gente em todo o mundo dá uma chance de luta a tribos como os suruís e à vida selvagem da Amazônia. O Google tem planos de armar outras tribos com estas ferramentas de mapeamento cultural em breve.
“Levou cinco anos para fazermos este primeiro mapa com os suruís, e agora sentimos que a metodologia pode funcionar com outras tribos,” disse Moore, de acordo com o Tree Hugger.
National Geographic
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