Um recorde que os cientistas preferiam não quebrar: segundo dados de monitoramento de estações de pesquisa no Ártico, pela primeira vez nos últimos 800 mil anos o nível de CO2 atingiu a marca de 400 partes por milhão (ppm) na atmosfera.
Para ter uma ideia do que isso significa, antes da Revolução Industrial esse nível estava em 280 ppm. Cientistas do clima e ambientalistas consideram que, para evitar impactos extremos causados pelas mudanças climáticas, a concentração de CO2 não deveria passar de 350 ppm. Por enquanto, apenas o Ártico registra 400 ppm de carbono na atmosfera, mas a média mundial está quase lá, em 390,4 ppm.
O marco, apesar de significante, não é uma surpresa. Na semana passada a Agência Internacional de Energia já havia identificado aumento na emissão de gases de efeito estufa em 2011, mesmo com a crise econômica diminuindo as emissões europeias. China e Índia foram os principais emissores, junto com o Japão, que passou a emitir mais porque fechou suas usinas nucleares para manutenção após o desastre de Fukushima. Além disso, uma pesquisa recente identificou emissões de metano no Ártico, um dos gases que contribuem com o aquecimento do planeta.
O que o marco de 400 ppm significa para o planeta? O pesquisador da NOAA – a agência americana de oceanos e atmosfera, que divulgou os dados da medição de carbono na atmosfera – explica comparando o clima a cobertor elétrico. “Aumentar o nível de CO2 é como ligar um cobertor elétrico. Você sabe que o cobertor vai ficar quente, mas não sabe o quão rapidamente a temperatura vai subir, e pode levar algum tempo até o cobertor – ou a atmosfera – aquecer”, diz Jim Butler.
Época.com
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