Esnobada por indústrias e restaurantes, a casca de banana pode em breve dar a volta por cima.
Foi descoberto que, a partir de um pó feito com ela, é possível descontaminar a água com metais pesados de um jeito eficaz e barato.
O projeto é da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), a partir de uma reportagem sobre o desperdício da banana no Brasil.
Só na Grande São Paulo, quase 4 toneladas de cascas de banana são desperdiçadas por semana. E isso apenas nos restaurantes. Como o produto tem pouquíssimo interesse comercial, já existem empresas dispostas a simplesmente doá-las.
O método de despoluição se aproveita de um dos princípios básicos da química: os opostos se atraem.
Na casca de banana, há grande quantidade de moléculas carregadas negativamente. Elas conseguem atrair os metais pesados, positivamente carregados.
Para que isso aconteça, é preciso potencializar essas propriedades na banana. Isso é feito de forma bastante simples e quase sem gasto de energia.
As cascas da banana são colocadas em recipientes ao sol, durante quase uma semana. Esse material é então triturado e, depois, passa por uma peneira especial. Isso garante que as partículas sejam uniformes.
O resultado é um pó finíssimo, que é adicionado à água contaminada. Para cada 100 ml a serem despoluídos, é usado cerca de 5mg do pó de banana.
Em laboratório, o índice de descontaminação foi de , no mínimo 65% a cada vez que a água passava pelo processo. Ou seja: se for colocado em prática repetidas vezes, é possível chegar a níveis altos de "limpeza".
Agora, para viabilizar o uso da técnica em escala industrial, a Universidade busca parceiros. Já é um começo...
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