A Cidade Proibida, em Pequim, encontra quase impecáveis os palácios construídos no século 16.O problema é que pouca coisa centenária sobrou na construção, que passa por reformas gerais a cada década. O conceito de patrimônio histórico lá é diferente do ocidental. Um calçadão comercial perto da Paz Celestial, popular desde 1700, foi renovado há três anos.
Prefeitura e empreiteiras demoliram os antigos palacetes e restaurantes e reconstruíram, novinhos em folha, a rua comercial. Até as cores mudaram. Só houve gritaria de poucos abnegados intelectuais chineses e de muitos estrangeiros. "Chinês gosta de modernidade, não gosta de prédio velho", disse, então, a responsável pela obra.
Conhecer a China tradicional, aquela vista em filmes como "O Último Imperador ou "O Tigre e o Dragão", requer pressa. Não se sabe o que vai sobreviver nos próximos anos à fúria modernizadora do partido que governa desde 1949.
Na Província de Yunnan - ao sudoeste da China -, na fronteira com Vietnã e Mianmar, floresta tropical, mosteiros budistas e minorias étnicas desenham a região mais diversa do país. Em Hangzhou - capital de Zhejiang, região leste -, jardins fluviais e canais que encantaram o veneziano Marco Polo - um mercador que fez um relato sobre a China no período medieval - convivem com arranha-céus e trânsito. Como boa parte das novelas históricas chinesas é rodada lá, a preservação tem selo estatal.
Mesmo em Pequim, onde a modernidade captura a atenção em prédios assinados pelos arquitetos mais famosos do mundo, há pequenos trechos da China antiga. Mas o cenário é mutante. Ao lado das torres do Sino e do Tambor, com mais de 600 anos, uma centenária área residencial deu lugar a lojinhas modernas.
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