É impossível entender como o mundo em que vivemos se formou sem levar em conta a importância das armas de fogo. Inventadas no Oriente elas foram decisivas na conquista da América e, ironicamente, na colonização da Ásia e da África pelos ocidentais.
Os equipamentos que disparam projéteis por meio da combustão de algum elemento químico mudaram o modo de fazer a guerra e ajudaram a garantir o domínio europeu sobre o mundo no alvorecer da era contemporânea.
A história das modernas pistolas, canhões e espingardas começou na longínqua China do século IX: foi nesse período que, tentando desenvolver um elixir da imortalidade, alquimistas acabaram criando a pólvora. A descoberta fez com que o país se tornasse berço dos fogos de artifício e das armas de fogo.
As inúmeras batalhas com os mongóis levaram os chineses a empregar a recém-descoberta pólvora para fins militares. As primeiras armas do gênero, no entanto, não usavam projéteis: a explosão produzida no interior desses rústicos canhões lançava estilhaços ou apenas labaredas de fogo, funcionando como lança-chamas.
Duas teorias tentam explicar como as invenções chinesas chegaram à Europa em meados do século XIII: para alguns, esse novo tipo de armamento entrou no continente pela famosa Rota da Seda; há também quem diga que o contato entre russos e mongóis, inimigos seculares dos chineses, teria levado a inovação para o Velho Mundo.
As armas de fogo orientais não desembarcaram somente na Europa: também em meados do século XIII seu uso se disseminou entre os árabes. No entanto, alguns estudiosos afirmam que armamentos alimentados com pólvora já eram usados pelos islâmicos desde a Batalha de Ain Jalut, em 1260.
Por volta de 1600, canhões e espingardas haviam se tornado comuns em qualquer campo de batalha, navio ou fortaleza. A inovação seguinte, no entanto, só viria no século XIX, com a criação de uma pólvora que não libera muita fumaça e resíduos sólidos. A partir de então, foi possível o desenvolvimento de armas automáticas, como metralhadora.
Durante o século XX, as armas de fogo acompanharam a evolução da tecnologia militar. Na década de 1910, por exemplo, foram realizadas as primeiras experiências com aviões de combate, e os franceses desenvolveram a primeira aeronave que trazia uma metralhadora acoplada ao cockpit do segundo piloto.
Fonte: História Viva
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