Um novo estudo confirma a teoria de que a energia escura está acelerando a expansão do Universo. Depois de cinco anos e mais de 200 mil galáxias analisadas (algumas que surgiram há mais de sete bilhões de anos), os cientistas liderados por Chris Blake, da Universidade Tecnológica Swinburne, na Austrália, conseguiram fortes indícios que comprovam a tese.
Usando telescópios e equipamentos da Nasa, construíram um mapa 3D das galáxias do Universo primitivo. Em seguida, os pesquisadores voltaram seus telescópios para as supernovas - as explosões que anunciam a morte de uma estrela. Elas emitem uma luz constante, mensurável, o que as torna uma espécie de referência para cálculos de distância da Terra.
Utilizando essas estrelas, os especialistas descobriram que os objetos estão se afastando a taxas aceleradas que condizem com a existência da energia escura. A análise revelou que a expansão do Universo parece regulada por duas forças: a gravidade, que age diminuindo-a, e a energia escura, que a acelera de tal forma que o Cosmos está se afastando a velocidades cada vez mais altas.
A comprovação contradiz outra teoria: a de que a gravidade, e não a energia escura, seria a força que está separando o espaço. De acordo com essa tese alternativa, refutada pelos resultados da pesquisa, o conceito de gravidade estabelecido por Albert Einstein estaria errado, e a gravidade se tornaria repelente ao invés de atraente quando atuando em grandes distâncias. No entanto, ao que tudo indica, Einstein estava certo: a energia escura é uma constante cosmológica e está afastando o Universo.
A energia escura e a matéria escura foram propostas para explicar coisas que os cientistas não podem ver, mas sabem que estão lá. As galáxias em espiral, por exemplo, geram tanta força centrípeta que seriam arrebentadas não fosse a gravidade existente nelas. Porém, elas não possuem matéria visível o suficiente para produzir a gravidade necessária - levando à conclusão de que há algo ali invisível, sem luz, mas com massa: a matéria escura.
Acredita-se que a energia escura domine o Universo, constituído cerca de 74% dele. A matéria escura seria 22%, enquanto a matéria normal, tudo aquilo que possui átomos, é apenas 4% do Cosmos.
É estimado que, no Universo primitivo, a gravidade era mais atuante do que a energia escura. Em torno de oito bilhões de anos depois do Big Bang, entretanto, conforme o Universo expandiu e a matéria se diluiu, as atrações gravitacionais se enfraqueceram e a energia escura se tornou mais relevante. Astrônomos prevêem que, em bilhões de anos, nosso Universo terá se afastado tanto que qualquer vida inteligente dentro de uma galáxia não conseguirá avistar a existência de outras galáxias.
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