quarta-feira, 18 de maio de 2011

Maior radiotelescópio do mundo irá procurar vida alienígena

No filme "Contato", de 1997, baseado em livro do astrônomo Carl Sagan, a personagem vivida pela atriz Jodie Foster é uma radioastrônoma do SETI (sigla em inglês para o programa de busca por vida inteligente fora da Terra) baseada em Arecibo (Porto Rico) onde, na época, estavam as mais potentes antenas de rádio do planeta destinadas exclusivamente a buscar sinais de vida alienígena.
Os cientistas acreditam que pode haver civilizações lá fora que chegaram a um estágio de desenvolvimento suficiente para emitir ondas de rádio. Essas ondas podem estar viajando pelo espaço e é atrás delas que as potentes antenas estão.
Nas décadas em que o SETI vem mantendo os ouvidos abertos ao silêncio do espaço, em busca de um chiado de rádio que pudesse indicar vida, o programa não teve sucesso. Mas essa história pode mudar graças a uma dica do telescópio espacial Kepler.
Em fevereiro deste ano os cientistas responsáveis pelo telescópio anunciaram o mapeamento de 1235 planetas que podem abrigar vida. "Nunca tivemos uma lista de planetas como essa antes", disse o diretor do programa em Arecibo.
A notícia é tão promissora que o maior radiotelescópio do mundo, o Robert C. Byrd Green Bank - instalado no estado americano da Virgínia - está apontando para essa região do espaço, e já começou a ouvir atentamente 86 planetas selecionados pelo SETI por orbitarem estrelas parecidas com o nosso sol e com temperatura supostamente entre 0 e 100 graus Celsius, capazes de armazenar água em estado líquido, condições que se acreditam essenciais para o surgimento da vida.
O Robert C. Byrd será de grande ajuda na tarefa de "ouvir" os planetas localizados pelo Kepler: o radiotelescópio é capaz de analisar 300 vezes mais frequências de rádio do que seu parente em Arecibo.
A premissa do SETI é muito lógica: ondas de rádio de determinadas frequências podem viajar pelo espaço e o rádio é uma forma barata de comunicação e um indicativo muito óbvio de vida inteligente - mesmo que as primeiras transmissões significativas saídas de nosso planeta, segundo o próprio livro "Contato", sejam as Olimpíadas de 1936, na Alemanha, quando Hitler estava no poder, o que pode indicar que nós não somos lá muito inteligentes.
O principal problema que faz os cientistas do programa quebrar a cabeça - além do fato de o Universo ser ridiculamente imenso - é: caso existam extraterrestres lá fora e eles queiram fazer contato, qual seria a frequência de rádio que eles usariam para mandar um alô, já que existem virtualmente infinitas possibilidades para isso?
A resposta é: não se sabe. Nesse caso, os cientistas buscam escutar ruídos no intervalo de 1 a 10 Gigahertz (GHz), basicamente porque esse espectro é bastante silencioso, potencialmente bom para enviar mensagens, e os aliens - caso existam - saberiam disso. 

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