segunda-feira, 9 de maio de 2011

França devolve múmia "maori" à Nova Zelândia após anos de litígio

Povo "maori" procura por restos de seus ancestrais ao redor do mundo com o objetivo de enterrá-los.
A cabeça mumificada de um guerreiro polinésio da etnia maori voltará nesta segunda-feira à Nova Zelândia após ter permanecido mais de um século exposta em um museu de Rouen, noroeste da França, e depois de anos de litígio entre os dois países.
Esta restituição, que demandou uma reforma legislativa para autorizar a saída dos vestígios humanos, abre caminho para a devolução de outras 15 cabeças mumificadas que estão guardadas em museus franceses, entre eles a instituição etnológica do Quai Branly de Paris.
A devolução encerra um longo percurso administrativo, judicial e até político, já que as autoridades francesas temiam que com a restituição desta peça fosse dado sinal verde para outras solicitações do tipo. Ela estava no museu desde 1875, até que em 1996 deixou de ser exposta ao público.
As cabeças maoris, pertencentes a guerreiros mortos em combate, eram expostas por seus povos até que se estimava que a alma do morto havia evaporado, momento no qual era enterrado.
A múmia será enviada nesta segunda-feira ao país oceânico, onde será enterrada segundo os costumes tradicionais de sua tribo.
A apropriação de peças de valor arqueológico, histórico e etnológico por museus franceses provocou problemas diplomáticos com países de origem em várias ocasiões.
Um dos casos mais famosos foi a da chamada "Vênus Hotentote", uma mulher africana morta em Paris em 1815 e cujo corpo foi exposto em vários museus franceses até 1974.
Após uma longa batalha, o corpo retornou à África do Sul em 2004, quando a devolução foi aprovada pelo Parlamento francês.
O caso gerou uma ampla polêmica, já que a múmia havia sido classificada como "bem inalienável" segundo uma lei do séculoXIX, o que atrasou a devolução do corpo por vários anos.
Fonte: Estadão.com 

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