terça-feira, 3 de maio de 2011

Vai começar a busca por Galáxias de Antimatéria

Os ônibus espaciais estão prestes a se aposentar. Se nada mudar na política norte-americana para o espaço, e as coisas por lá andam mudando muito rapidamente, restam poucos voos para as emblemáticas naves espaciais.
Um ato do Congresso norte-americano, de 2008, adicionou um voo extra para os ônibus espaciais, que deverá ser em um dos últimos.
Esse voo extra irá iniciar uma caçada inédita: a busca por Galáxias de Antimatéria.
O equipamento que fará a caçada é chamado AMS Alpha Magnetic Spectrometer - Espectrômetro Magnético Alfa. O AMS é um detector de raios cósmicos que será instalado na Estação Espacial Internacional (ISS). Além de detectar galáxias distantes formadas inteiramente por antimatéria, o AMS testará a teoria da Matéria Escura, uma substância misteriosa e invisível que compreende 83% de toda a matéria do Universo. E ele irá procurar também por Strangelets, uma forma teórica de matéria que seria ultramaciça por conter quarks estranhos.
Um melhor entendimento das Strangelets irá ajudar os cientistas a estudar microquasares e minúsculos buracos negros primordiais conforme eles evaporam, o que poderia comprovar se eles realmente existem.
Todos esses fenômenos exóticos podem manifestar sua presença por meio dos raios cósmicos de altíssima energia que eles emitem - o tipo de partículas que o AMS é insuperável em detectar. "Pela primeira vez o AMS irá medir os raios cósmicos de alta energia de forma muito precisa", explica o Dr.Samuel Ting, ganhador do Nobel de Física em 1976. Foi ele o idealizador e quem dirige o desenvolvimento e construção do AMS desde 1995.
Ele compara o AMS com os gigantescos aceleradores de partículas, como o LHC. Em vez de detectar raios cósmicos que atravessam a galáxia em alta velocidade, esses aceleradores fabricam suas próprias partículas localmente utilizando quantidades tremendas de energia elétrica. Para estudar as partículas, tanto o LHC quanto o AMS empregam o mesmo princípio básico: os dois usam fortes campos magnéticos para desviar as partículas a fim de que conjuntos de placas de silício e outros sensores localizados no interior dos detectores rastreiem as partículas em suas rotas curvadas por aqueles campos magnéticos.
Esses sensores despejam terabytes de dados, que são triturados por supercomputadores em busca de informações sobre a massa, a energia e a carga elétrica das partículas.
O supercomputador é uma das causas pelas quais o AMS deve ser montado na Estação Espacial porque produzirá dados em volume grande demais para serem transmitidas para estações em Terra.

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