segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Lixo zero: uma nova era da reciclagem no Brasil

Lixeira para compostáveis e recicláveis em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos (Foto: Justin Sullivan/Getty Images)
 
A discussão sobre a gestão dos resíduos produzidos no país vem tomando força nos últimos anos, conquistando um destaque importante na sociedade. Adquirindo cada vez mais maturidade, o debate sobre o consumo consciente está se fortalecendo, tendo em vista que o desenvolvimento econômico, a redução da desigualdade e a melhoria da condição de vida da população nas cidades também estão relacionados à destinação adequada do lixo.
Nesse ambiente de desafios e oportunidades, a Lei 12.305/2010, sancionada em 2010 e que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) representou um momento importante de mudanças para a gestão do lixo urbano no Brasil. A assinatura de um acordo entre as empresas e o governo federal demonstrou mais um avanço nessa conquista, promovendo a reciclagem de embalagens em geral.
Segundo o acordo, a meta é reduzir em 22% a quantidade de embalagens pós-consumo destinadas a aterros até 2017. No princípio, a previsão será obter a coleta e a reciclagem em média de 3,8 mil toneladas por dia de resíduos. Com a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e consumidores, esse acordo incentiva novos planos e investimentos, ressaltando a importância de cada um para a obtenção da meta. Dessa forma, serão respeitadas algumas prioridades como não geração de resíduos; redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos; e, por fim, a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), existem no Brasil cerca de três mil lixões ativos, onde são destinados quase metade das 215 mil toneladas de resíduos diários produzidos, no qual as embalagens representam um terço de tudo que é descartado. Com certeza o Brasil tem um longo caminho pela frente para mudar a realidade na destinação dos resíduos com viabilidade econômica e inclusão social, mas estamos no caminho certo. O trabalho focado no investimento de estações para entrega voluntária de resíduos e, principalmente, no incentivo ao desenvolvimento da estrutura de cooperativas de catadores é fundamental para um país com tantos desafios sociais e ambientais como o nosso. A cadeia de reciclagem gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos e a melhoria das condições de trabalho dos catadores deve ser prioridade.
Certamente o acordo irá impulsionar esses investimentos, proporcionando a geração de um impacto positivo na destinação adequada do lixo e na formalização da cadeia produtiva da reciclagem. O esforço em conjunto potencializará a conscientização ambiental, reafirmando a importância do gerenciamento integrado do lixo urbano no Brasil.

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