sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Verão de 45°C em 2016?

Verão de 45°C em 2016?
 
Os dois últimos verões foram marcados por fortes bloqueios atmosféricos que reduziram a chuva no Brasil, o que resultou em aumento do calor e temperaturas extremas.
O bloqueio do verão de 2014 persistiu por quase um mês e meio atuou durante praticamente todo o mês de janeiro diminuindo muito a nebulosidade e a chuva em particular na Região Sudeste. No auge do verão, sem as nuvens e a chuva para regularem a temperatura, os termômetros explodiram. Fez tanto calor no Rio de Janeiro em fevereiro de 2014, que os cariocas passaram a chamar o mês de “feRvereiro”.
O bloqueio do verão de 2015 foi menos intenso e por um período menor, mas também atuou especialmente sobre o mês de janeiro.
Apenas como exemplo, veja alguns fatos marcantes dos verões de 2014 e de 2015 nas cidades de São Paulo e do Rio Janeiro.
Calor dos verões de 2014 e 2015 em São Paulo
Janeiro 2014 
 5 dias com temperatura abaixo de 30,0°C
T máxima: 35,4°C
Fevereiro 2014
10 dias consecutivos com temperatura acima de 34°C
T máxima de 36,4°C
Fevereiro mais quente em 72 anos
Janeiro 2015
6 dias com temperatura abaixo de 28°C
T máxima : 36,5°C
Fevereiro 2015
Menos calor
T máxima de 32,7°C
Calor dos verões de 2014 e 2015 no Rio de Janeiro
Janeiro 2014
Apenas 3 dias com temperatura máxima em torno de 32°C
Fevereiro 2014
14 dias consecutivos com temperatura maior do que 37,0°C
7 dias com temperatura igual ou acima de 40,0°C (cinco consecutivos)
T máxima 41,4°C
Janeiro 2015
2 dias com temperatura de 40,0°C ou mais
1 dia com temperatura abaixo de 32°C
Fevereiro de 2015
Temperatura não chegou aos 40,0°C
T máxima 38,8°C
Onda de calor de outubro de 2015
A falta de nuvens e de chuva em outubro de 2015 gerou temperaturas
extremas em todas as regiões do país. Ocorreram recordes históricos de calor. Mas com o aumento da nebulosidade e a volta da chuva no fim do mês, a temperatura voltou ao lugar. Em Novembro já não observamos o calor extremo, lembrando que temperaturas em torno dos 40°C no Nordeste nesta época são comuns.
O verão de 2015/2016 será com El Niño. O calor será extremo novamente?
 
A primavera de 2015 está terminando e a forte influência do El Niño fez com que o Sul do Brasil tivesse frequentes ondas de temporais, tornados e chuvas muito acima da média normal. A chuvarada da primavera de 2015 deu ao lago Guaíba, que banha Porto Alegre, a sua maior cheia em 74 anos. Cidades de Santa Catarina registraram recordes históricos de chuva mensal e de volume acumulado em 24 horas. Mas nas mudanças na circulação dos ventos provocadas pelo El Niño, o mês de novembro deu chuvas volumosas também para várias áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, especialmente para os estados de Mato Grosso do Sul e de São Paulo.
 
 
 

 
No centro-norte do país, a marca da primavera de 2015 foi o calor extremo, a seca e a fumaça de queimadas que se prolongaram por mais tempo do que o normal por causa da falta de chuva.
 
Vem aí um novo verão e com uma característica realmente especial: um verão com El Niño. O que muda em relação ao padrão de chuva observado na primavera? O que esperar da chuva do verão de 2015/2016?
 
A consultoria de meteorologia Climatempo avalia que o Brasil só deve voltar a ter um verão com regime de chuvas favorável na passagem de 2016 para 2017. Isso devido a um fenômeno chamado Oscilação Decadal do Pacífico (ODP), que atualmente provoca temperaturas abaixo do normal neste oceano, resultando em chuvas abaixo da média no país. Assim, a tendência para 2015 e 2016 é que se repita o cenário de chuvas ruim dos dois anos anteriores, com o agravante de que se parte de um ponto de partida muito pior, do ponto de vista do nível dos reservatórios hidrelétricos, afirmou o meteorologista Alexandre Nascimento, em evento do setor elétrico nesta quarta-feira.
 Climatempo projeta que o volume de chuvas que chegará aos reservatórios para ser transformado em energia ficará abaixo da média histórica em todo o primeiro semestre deste anos no Sudeste/Centro-Oeste — região que concentra 70% da capacidade de geração hídrica do Brasil.
A energia natural afluente (ENA) para a região deverá ficar em 49% da média histórica em fevereiro, 53% em março, 68% em abril, 75% em maio e 79% em junho. Apenas em julho, quando o volume de chuvas esperado já é muito baixo, as precipitações devem atingir 101% da média.
Alertou ainda que, ao contrário do ano passado, quando a região Norte ajudou a compensar em parte a seca do Sudeste com chuvas acima da média, transferindo energia para o restante do país em escassez, esse ano a região está com precipitações abaixo do normal. Assim, pela primeira vez é esperado que o Norte não verta – isto é, escoe água.

Nenhum comentário:

Postar um comentário