A humanidade conhece o poder da energia atômica desde o início do século XX. No entanto, o sonho de converter essa força em recursos como eletricidade ou energia térmica só se tornou viável na década de 1930. Foi quando um grupo de cientistas alemães descobriu como controlar o processo de fissão nuclear.
Em 1932, o inglês James Chadwick descobriu o nêutron. Poucos anos depois, o físico ítalo-americano Enrico Fermi usou esse novo elemento para bombardear e partir o núcleo de um átomo, liberando grandes quantidades de energia. Ele criava, assim, a chamada fissão nuclear.
O físico húngaro Leo Szilard foi o primeiro a perceber que a fissão nuclear poderia levar a uma espécie de "efeito dominó", em que vários átomos se partem consecutivamente e liberam muita energia. Com essa ideia na cabeça, patenteou, junto com Enrico Fermi, o projeto do reator nuclear.
Financiado pelo Projeto Manhattan, programa do governo americano responsável pelo desenvolvimeto da bomba atômica, Fermi coordenou a construção do primeiro reator nuclear da história. Batizado de Chicago Pile-1 (ou CP-1), o dispositivo foi ativado no dia 2 de dezembro de 1942 e funcionou durante 28 minutos.
As tragédias de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, fizeram o planeta se voltar para o uso pacífico da energia nuclear. Apesar da corrida armamentista que marcou a maior parte da Guerra Fria, a década de 1950 foi palco também dos principais avanços na geração de eletricidade a partir da energia atômica.
Criada em 1954, Obninsk é considerada a primeira usina nuclear da história. Apesar de ser precedida por construções semelhantes, ela foi pioneira na geração de eletricidade para a população civil. Com capacidade máxima de 6 megawatts, a usina, construída pelo governo soviético a sudoeste de Moscou, funcionou até 2002.
A proliferação de usinas nucleares levou ao surgimento de movimentos contrários ao uso dessa matriz energética. Apesar de atuarem desde a década de 1950, a primeira vitória significativa desses grupos só veio em 1975: manifestantes conseguiram impedir a construção de uma usina nuclear nos arredores da cidade de Wyhl, no sul da Alemanha.
A série de tragédias envolvendo usinas nucleares tem animado o debate sobre os riscos desse tipo de energia. O principal acidente do gênero ocorreu em abril de 1986, na cidade ucraniana de Chernobyl. Já neste milênio, o planeta aguarda para saber quais serão as sequelas do desastre com os reatores da usina de Fukushima, no Japão.
Nas imagens: Mapa da primeira usina - Obninsk - câmara do reator e sala de controles.
Fonte: História Viva
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