segunda-feira, 11 de abril de 2011

O petróleo ecológico espanhol

Em uma floresta de cerca de 400 tubos verdes com oito metros de altura perto de Alicante, no leste da Espanha, pesquisadores desenvolveram o que pode ser o combustível do futuro: um biopetróleo produzido com microalgas que se alimentam do dióxido de carbono (CO2) lançado por uma fábrica vizinha, transportado por tubulações.
Os cientistas franceses e espanhóis da empresa Bio Fuel Systems (BFS) trabalham há cinco anos neste projeto, ainda experimental. A ideia é reproduzir e acelerar um processo que durou milhões de anos e permitiu a produção de petróleo fóssil.
"Tentamos simular as condições que havia há milhões de anos, quando os fitoplâncton tornou-se petróleo equivalente ao petróleo atual", explica o engenheiro Eloy Chapuli.
As microalgas, procedentes de uma dezena de cepas mantidas em segredo, foram recolhidas do Mar Mediterrâneo e do Oceano Atlântico. Nos tubos, reproduzem-se em grande velocidade, desdobrando-se diariamente por fotossíntese graças ao CO2 emitido pela fábrica.
Todos os dias, uma parte desse líquido concentrado é extraída e filtrada, permitindo a obtenção de uma biomassa que produzirá petróleo. A água restante volta a ser introduzida nos tubos. Para seus inventores, a outra grande vantagem desse sistema é que ajuda a acabar com a contaminação: absorve CO2 que, de outra forma, acabaria na atmosfera.
É um petróleo ecológico. Ainda precisa de 5 a 10 anos para passar a uma produção industrial, mas eles esperam poder desenvolver no curto prazo um primeiro projeto em grande escala no sul da Espanha e outro na ilha portuguesa de Madeira.
Outros projetos semelhantes estão sendo estudados em outras regiões do mundo. Na Alemanha, o grupo estatal sueco de energia Vattenfall lançou em 2010 um projeto de absorção por meio de algas do dióxido de carbono emitido pelas centrais que funcionam com carvão.
Os industriais, particularmente no âmbito aeronáutico, estão interessados nessas pesquisas nas quais esperam encontrar soluções para substituir o petróleo clássico, cada vez mais escasso e cujos preços são variáveis.
Fonte: J.Zero Hora

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