O aquecimento global está devorando as costas do Ártico, onde erosões de até 10 metros ao ano estão afetando comunidades e ameaçando a sobrevivência das espécies de plantas e animais locais. Esta é a principal conclusão de um duplo estudo publicado neste domingo por um consórcio de cientistas de 10 países que analisou a situação de 100 mil km de costa, equivalente às fronteiras terrestres dos 8 países que fazem fronteira ao norte com o oceano Ártico.
Parece que a erosão do litoral do Ártico está acelerando de forma dramática. O corte médio é de meio metro ao ano, mas em algumas zonas chega a ser de 10 metros ao ano.
As áreas mais afetadas são, segundo o relatório científico, o mar de Laptev e o leste da Sibéria, ambos na Rússia, e o mar de Beaufort, que faz fronteira com as costas do Canadá e Alasca, nos EUA. O estudo alerta que, como as costas do Ártico representam um terço do total do litoral do planeta, a erosão pode chegar a afetar áreas enormes no futuro.
O processo climatológico está descongelando parte do permafrost litorâneo, a camada de gelo permanente dos níveis superficiais do solo própria das regiões muito frias. São mudanças muito rápidas em uma situação que permaneceu estável durante milênios, denuncia o estudo - o primeiro de caráter compreensivo que analisa as consequências físicas (geológicas e químicas), ecológicas e humanas da erosão do litoral ártico.
Seu impacto é "substancial" para os ecossistemas árticos litorâneos e para a população humana assentada nessas regiões, aponta o documento "Estado do litoral Ártica 2010", de 170 páginas e disponível na Internet. Os mais afetados pelas mudanças são os animais selvagens que habitam nessas regiões, especialmente os extensos rebanhos de Renas, e os frágeis ecossistemas de lagos de água doce próximo à costa.
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário