Um dos símbolos da fauna brasileira, a "ararinha-azul" corre sério risco de desaparecer desde 1990, quando Ibama criou o comitê permanente para recuperação da ave.
Atualmente, ornitólogos de todo o mundo acreditam que o pássaro esteja praticamente extinto em condições selvagens - o último registro de um encontro com um exemplar do animal na natureza aconteceu há mais de uma década, em 2000.
Não por acaso, seu sumiço também é tema da nova animação do cineasta brasileiro Carlos Saldanha, convenientemente intitulada "Rio", que estreia no país na próxima sexta-feira (8).
O filme conta a história de uma ararinha-azul que sai dos EUA rumo às terras cariocas após cientistas encontrarem a última fêmea da espécie no Brasil. Mas, na realidade, o que acontece é o processo contrário. Pouco mais de 70 ararinhas-azuis ainda vivem em cativeiro ao redor do mundo - a maioria delas no Centro de Preservação Al Wabra, no Catar. São 53 indivíduos no país árabe, contra apenas quatro no zoológico de São Paulo. Uma das aves brasileiras, no entanto, será enviada ainda este ano para as ilhas Canárias, onde haverá uma nova tentativa de reprodução.
Os rumos dos exemplares remanescentes são decididos por um comitê internacional de preservação.
O Al Wabra é uma instituição quase um projeto pessoal do sheik Saoud. Inaugurado por seu pai como um passatempo, hoje ele é considerado um centro de excelência na preservação de animais de todo o mundo. Não é aberto ao público e os animais não são comercializados.
O maior desafio das ararinhas-azuis é a baixa taxa de fertilidade da espécie, além das limitações genéticas impostas pela quase extinção da ave.
Atualmente, 69 dos 74 pássaros catalogados possuem a mesma origem genética, reduzindo a viabilidade dos ovos a apenas 10 %.
Fonte: Isto É. com
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